Já havíamos levantado a possibilidade na semana passada, mas agora a suspeita se confirmou: membros do poder legislativo do estado da Califórnia decidiram adiar para o ano que vem a votação sobre a legalização de substâncias psicodélicas.
A medida foi apoiada até mesmo pelo proponente da nova lei, o senador estadual Scott Wiener, do partido democrata. Apesar de se declarar “decepcionado” com o adiamento, Wiener também afirmou ser necessário mais tempo “para criar bases educacionais, com deputados e senadores, e também com o público, para garantir o sucesso da proposta. Com o adiamento, poderemos capitalizar o impulso que a lei ganhou este ano para criar apoio no ano que vem”. Wiener também lembrou que a proposta de regulamentação avançou muito mais do que se antecipava.
De fato, a nova lei já havia passado pelo Senado estadual, e pelas comissões de saúde pública e de segurança da assembleia legislativa da Califórnia. O poder legislativo do estado mais populoso dos EUA tem duas casas – uma assembleia e um Senado – e para que uma nova lei possa ser aprovada por lá a proposta deve passar pelas duas.
Se o projeto virar lei em 2022, cidadãos californianos com mais de 21 anos não poderão mais ser processados criminalmente por portar cogumelos mágicos, DMT, ibogaína, LSD ou MDMA. A ketamina, que inicialmente fazia parte da lista de psicodélicos que seriam legalizados, foi excluída em debates posteriores. Outra mudança recente no texto se deu em relação à quantidade limite que os cidadãos poderão portar de cada substância: 2 gramas de DMT, 0,01 grama de LSD, ou 2 gramas de psilocibina, por exemplo.
“Descriminalizar os psicodélicos é um passo importante para dar um fim à falida guerra às drogas, e nós estamos comprometidos com essa luta. A crise da saúde mental está pior do que nunca e os psicodélicos se mostraram promissores para tratar transtornos mentais, de estresse pós-traumático a ansiedade e depressão”, disse Scott Wiener na declaração oficial desta semana.