Imagine um antidepressivo capaz de resolver 70% dos casos graves em apenas duas doses de medicamento, acompanhadas por sessões de terapia?
Para qualquer pessoa que já tenha passado por um episódio de depressão, ou que conheça alguém nessa situação, parece uma história de ficção. Isso porque os remédios atualmente disponíveis no mercado nem sempre são eficientes para todos. Antidepressivos tradicionais costumam demorar de duas a seis semanas para fazer efeito. Isso quando fazem. Diversos estudos já mostraram que até metade dos usuários de antidepressivos comuns desenvolvem condições resistentes a tratamentos, além de causarem vários efeitos adversos.
Mas agora uma nova alternativa para esse transtorno psiquiátrico, que a OMS considera uma das doenças mais preocupantes do século 21, vem despontando como uma aposta promissora: a psilocibina, substância encontrada nos chamados “cogumelos mágicos”, do gênero Psilocybe.
Um novo estudo randomizado (no qual os participantes foram sorteados para começar o tratamento imediatamente ou dentro de oito semanas), realizado na Universidade Johns Hopkins, e publicado na prestigiada JAMA Psychiatry, mostrou taxas estrondosas de sucesso em tratar casos graves de depressão com psicoterapia assistida por psilocibina.
Os 24 pacientes receberam apenas duas cápsulas de psilocibina, com um intervalo de uma semana entre elas. Durante os marcantes efeitos psicoativos da substância – que é também um dos psicofármacos mais seguros conhecidos -, os pacientes passaram por 11 horas de psicoterapia, escutando música, acompanhados constantemente por dois terapeutas.
Os resultados, avaliados estatisticamente, são impressionantes: mais de dois terços dos pacientes tiveram melhoras quase imediatas e persistentes por até 8 semanas. Os estudos com a psilocibina já estão em Fase 2, em que a segurança e a eficácia são testadas, e o método pode ser aprovado para uso clínico já nos próximos anos.
Curadoria: JamalNetwork.com