A antropologia médica, ou antropologia da saúde, é uma área de estudo voltada a entender como diferentes grupos e culturas entendem os processos de doença, tratamento, saúde etc. Nesta semana na Comunidade Phaneros, receberemos a antropóloga médica Katherine Hendy, da Universidade de Michigan, para dialogar sobre suas pesquisas recentes.
A pesquisadora acompanhou de perto o desenvolvimento dos estudos clínicos com MDMA para tratamento de transtorno de estresse pós-traumático nos EUA e ressaltou uma divergência de visões sobre a causa dos tratamentos tão eficazes. De um lado, alguns argumentam que a eficácia se dá devido a fatores neuroquímicos – ou seja, a substância que age diretamente nos neurônios e as mudanças bioquímicas desencadeadas. Do outro lado, há os que explicam os tratamentos psicodélicos a partir de fatores não-farmacológicos, como por exemplo, a partir da intensidade do vínculo entre pacientes e terapeutas ou uma reorganização do self do paciente.
A discussão sobre o que de fato gera uma mudança terapêutica já é um debate antigo na saúde mental, mas os tratamentos com Psicoterapia Assistida por Psicodélicos (PAP) trazem mais elementos e elevam a discussão para um novo patamar. Isso porque, na PAP, psicoterapia e medicação se mesclam de uma forma muito mais intensa, ao mesmo tempo em que os remédios geram uma mudança de consciência que traz à tona elementos culturais, ambientais, relacionais, entre outros.
A Comunidade Phaneros é um grupo de estudos com centenas de profissionais que se reúne semanalmente para conversar sobre temas relacionados aos psicodélicos. Além de receber convidados exclusivos, como esta semana, no grupo também discutimos artigos científicos, documentários e livros, além de núcleos de estudo sobre abordagens da psicologia e suas relações com os psicodélicos.
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