Os psicodélicos e os sinais do corpo

Instituto Phaneros

A influência dos processos emocionais na saúde e no corpo sempre despertou o interesse dos psicólogos. Já no início da psicanálise, o estudo sobre a histeria trouxe importantes questionamentos sobre a relação entre a psique e os diversos processos somáticos.

Foi a partir do trabalho de Wilhelm Reich, médico e psicanalista austríaco e mais um dos muitos discípulos de Sigmund Freud, que o olhar para o corpo se aprofundou consideravelmente. Reich havia sido coordenador de um seminário sobre a Técnica Psicanalítica da Clínica de Viena por alguns anos e resolveu se debruçar sobre o estudo de casos clínicos mal sucedidos e suas possíveis justificativas.

Nesse caminho investigativo, ele ampliou o conceito de “caráter”, que ele usou para descrever padrões na forma dos pacientes estarem e interagirem com o mundo, mas também de se defenderem durante a terapia, muitas vezes dificultando o processo. Reich foi percebendo que havia uma ligação entre o “caráter” dos pacientes e a forma que seu corpo se apresentava: na postura, na qualidade do olhar, na fluidez ou rigidez dos movimentos. Ele descreveu sistematicamente os padrões de tensões musculares no corpo dos pacientes, suas influências psicológicas, bem como intervenções clínicas voltadas para dissolver tais padrões no processo analítico.

O trabalho de Reich influenciou diversas outras linhas de psicoterapia que vieram depois, como a biossíntese, a bioenergética, a biodinâmica e também a gestalt-terapia, uma vez que seu fundador, Fritz Perls, foi paciente de Reich.

Nos processos de Psicoterapia Assistida por Psicodélicos (PAP), é comum que os pacientes vivenciem processos corporais intensos, muitas vezes ligados a traumas, emoções reprimidas e tensões profundas. Um profissional com conhecimento sobre trabalhos corporais certamente terá mais ferramentas para auxiliar nesse tipo de tratamento – embora a PAP não seja praticada exclusivamente por reichianos, mas por profissionais de diversas linhas terapêuticas.

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