Revista Scientific American: psicodélicos são a grande aposta para doenças mentais

Instituto Phaneros

Um artigo de opinião publicado em 14 de setembro de 2021 na revista Scientific American classificou as substâncias psicodélicas como a maior inovação no mundo da psiquiatria atualmente. O texto foi assinado por Danielle Schlosser, psicóloga e professora da Universidade da Califórnia em São Francisco, e por Thomas R. Insel, psiquiatra que dirigiu o National Institute of Mental Health dos EUA entre 2002 e 2015. 

Schlosser e Insel destacam a forma revolucionária com a qual os tratamentos psicodélicos funcionam para tratar depressão, trauma ou ansiedade. Ao contrário dos antidepressivos comuns, que demoram semanas ou meses para fazer efeito – e que na verdade não curam as doenças, apenas tratam os sintomas -, psicodélicos como a psilocibina ou o MDMA precisam ser ingeridos apenas poucas vezes para gerar resultados até mesmo melhores. Isso poderia indicar que essas substâncias realmente alteram a forma como os pacientes enxergam o mundo.

Resultados tão rápidos são especialmente inesperados em transtornos mentais, que costumam ser difíceis de tratar. Segundo o artigo, um terço dos pacientes com depressão grave e persistente não responde aos tratamentos convencionais. Isso, por sua vez, se torna um problema de saúde pública. Imagine poder oferecer tratamentos eficazes para esse grupo? É isso que a renascença psicodélica parece estar prometendo. 

Para os autores, a criminalização dessas substâncias ainda na década de 1970 atrasou a ciência por décadas. Comunidades científicas ao redor do mundo agora estão tendo de correr atrás do tempo. Nesse sentido, segundo os autores, urge a necessidade de revisar o status de ilegalidade dos psicodélicos.

Um artigo tão contundente como esse na Scientific American apenas corrobora a importância que essas substâncias vêm ganhando. A revista é uma das mais importantes do mundo em sua área, e circula sem parar há 176 anos, desde 1845. Em suas páginas, já foram publicados artigos de cientistas renomados, como Albert Einstein, Linus Pauling e J. Robert Oppenheimer.