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Como as psicanálises de Lacan e Ferenczi podem colaborar com as terapias psicodélicas

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A psicanálise é uma das vertentes terapêuticas mais importantes do mundo e da história ocidental dos cuidados em saúde mental. Desenvolvida na Áustria por Sigmund Freud, com o passar dos anos, ela foi se remodelando em diversas escolas de psicoterapia fundadas por psicanalistas, cada uma com inovações técnicas e teóricas. 

Assim como os ramos que saem de um tronco principal, essas escolas traziam semelhanças, mas também diferenças da psicanálise freudiana. Cada derivação, pode contribuir para o entendimento de certos aspectos da personalidade humana e da experiência psicodélica, como as imagens, os processos somáticos, o setting terapêutico, entre outros. 

Nesta semana na Comunidade Phaneros, teremos os colegas Eduardo Moreira e Paulo Pimentel apresentando, respectivamente, um pouco da obra de Lacan e Ferenczi e suas contribuições para o entendimento da Psicoterapia Assistida por Psicodélicos. 

Este será o segundo encontro da Comunidade sobre psicanálises, embora já tenhamos recebido colegas especialistas em  Psicologia Analítica, Terapias Comportamentais, Esquizoanálise, Abordagem Centrada na Pessoa, Fenomenologia e outros.

A Comunidade Phaneros é um grupo de estudos sobre psicodélicos formado por mais de 400 profissionais. Temos encontros semanais com apresentações, leitura de artigos científicos, convidados e muito mais.

Se você deseja fazer parte da Comunidade Phaneros, acompanhe a página e fique atento para o próximo período de inscrições!

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Pelo direito de tratamentos experimentais para transtornos mentais

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Desde a pandemia de HIV, que assolou o mundo na década de 1980 e 1990, tornou-se praxe disponibilizar tratamentos e remédios experimentais (que ainda não foram totalmente aprovados pelas agências regulatórias) para pacientes em estado grave. Então por que a medicina não está fazendo o mesmo agora, autorizando terapias psicodélicas promissoras para pacientes com transtornos mentais? É isso o que defende um artigo publicado em julho de 2021, na Frontiers in Psychiatry, por Morgan Campbell, do departamento de psiquiatria do Delaware Division of Substance Abuse and Mental Health, e Monnica Williams, da Universidade de Ottawa.

Os autores argumentam que os pacientes de doenças mentais não são tratados da mesma forma que pacientes com outros males, como câncer ou doenças infecciosas. Para eles, não há justificativa ética para essa diferenciação. Se substâncias psicodélicas vêm mostrando resultados promissores em estudos ao redor do mundo, porque não podem ser ministradas para pessoas em estado grave de, digamos, depressão, ansiedade ou estresse pós-traumático?

Essa discussão se torna ainda mais importante no contexto atual. Como se sabe, juntamente com uma pandemia de Covid-19, o mundo está passando por desafios crescentes em saúde mental, oriundos do medo de adoecer, da insegurança econômica e do isolamento social. Segundo os autores, o número de americanos que reportaram sofrer de ansiedade e depressão saltou de 10% a 40% no último ano. Como justificar o não tratamento dessas pessoas?

O artigo relembra o caso do ativista Larry Kramer que, em 1988, depois de ver diversos amigos sucumbirem à Aids, denunciou o governo e as agências regulatórias americanas de estarem contribuindo para o aumento de mortes, ao negar o acesso de terapias novas aos pacientes com HIV. Para os autores, os argumentos incisivos de Kramer são válidos agora também, especialmente um: “Estamos no meio de uma p**** de uma peste!”, dizia ele. Quanto mais podemos esperar?

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Esquizoanálise e Psicoterapia com Psicodélicos

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A esquizoanálise é uma abordagem terapêutica que surgiu a partir da produção conjunta do psicanalista Félix Guattarri e do filósofo Gilles Deleuze. Essa abordagem – que também é vista como um campo de saberes mais amplo, atravessando arte, filosofia e antropologia – tem ao mesmo tempo semelhanças e distanciamentos importantes da teoria psicanalítica, sua principal influência.

Na medida que os estudos clínicos com psicodélicos avançam, mais profissionais de formação esquizoanalítica têm se interessado pelo tema, certamente com muito a contribuir, principalmente com seu olhar diferenciado para o corpo, para as artes e para a importância do coletivo, com suas implicações políticas e comunitárias.

Nesta quinta-feira, na Comunidade Phaneros, teremos uma aula sobre Esquizoanálise e seus possíveis diálogos com a Psicoterapia Assistida por Psicodélicos. A aula será apresentada por três colegas – Alexander Ruas, Vinicius Corrêa e Isabella Cassane – que integram o grupo, juntamente com mais de 400 pessoas interessadas em estudar os psicodélicos de forma séria e aprofundada.

A Comunidade Phaneros é um grupo de estudos com encontros semanais sobre temas ligados a psicodélicos e com abertura de pensamento para as diversas escolas de psicoterapia. Em encontros anteriores já tivemos apresentações sobre Psicologia Analítica, Psicanálises, Comportamentais e Abordagem Centrada na Pessoa. Muitas outras abordagens ainda estão por vir.

Se você se interessa pelo tema e gostaria de pertencer a este ambiente de trocas de conhecimento, acompanhe a nossa página e não perca o próximo período de inscrições!

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O poder dos arquétipos na Psicoterapia Assistida por Psicodélicos

psicoterapia phanerosO conceito de arquétipos se popularizou no século XX, graças ao trabalho do suíço Carl Gustav Jung. Jung foi um psiquiatra e psicanalista discípulo de Sigmund Freud, que fundou sua própria abordagem, a Psicologia Analítica. A palavra é formada pelos radicais “arché” e “tipós”, que significam respectivamente “princípio/primordial” e “tipo/marca”. Assim, o arquétipo seria uma espécie de “modelo ou forma primordial”.

Ao observar o simbolismo presente nas narrativas, fantasias e sonhos dos pacientes, Jung notou que havia neles uma semelhança estrutural com mitos e narrativas de outros povos e etnias do planeta. Embora seus pacientes não tivessem contato direto ou conhecimento sobre os outros povos, curiosamente, histórias semelhantes se revelavam nas suas psiques.

Jung dizia que os arquétipos são a tendência que temos de formar representações de temas importantes. Embora essas representações apresentem diferenças nos detalhes, há um padrão básico que se mantém nos temas, tais como nascimento, morte, maternidade etc.

Na Psicoterapia Assistida por Psicodélicos, frequentemente os pacientes vivenciam imagens e processos arquetípicos. Portanto, ainda que a PAP não se restrinja apenas a profissionais da psicologia analítica, esse conhecimento é valioso para os terapeutas, principalmente nas sessões de integração.

Você é um terapeuta interessado em Psicoterapia Assistida por Psicodélicos? Então faça parte da nossa Comunidade!