Novo instituto psicodélico na Austrália quer fazer pesquisas com ayahuasca

instituto phaneros

Mais um centro de pesquisa psicodélica está abrindo as portas. Dessa vez, do outro lado do mundo, em Melbourne, na Austrália. O Psychae Institute, que promete ser um polo de colaboração entre cientistas de todos os continentes, recebeu US$ 40 milhões de uma biotech americana que preferiu não ser identificada. Além de elaborar pesquisas com psilocibina (princípio ativo dos cogumelos mágicos) e MDMA, o Psychae Institute pretende conduzir testes com DMT (psicodélico presente no amazônico chá de ayahuasca). 

A Austrália permite que se faça pesquisa científica sem aprovação oficial, apenas com notificações regulatórias e a autorização de um comitê de ética. Entre os colaboradores do instituto está o renomado professor David Nutt, do Imperial College London. Eles esperam também trabalhar em conjunto com estudos clínicos sendo feitos no Reino Unido, no Canadá, na Europa e no Brasil. “Esperamos que a colaboração entre pesquisadores psicodélicos de ponta acelere os nossos processos”, disse ao jornal The Age o professor Daniel Perkins, da Swinburne University, co-diretor da Psychae.

Juntamente com o outro co-diretor do instituto, Jerome Sarris, Perkins é o autor de um artigo que indica que o uso de ayahuasca pode estar associado a uma queda no abuso de álcool e outras drogas, em uma pesquisa que foi liderada pela Universidade de Melbourne. Daí o interesse em elaborar um estudo clínico com DMT.

De acordo com Daniel Perkins, muitas pessoas sofrendo de transtornos mentais estão recorrendo à automedicação com psicodélicos, o que pode ser perigoso. Outra tendência, segundo ele, é viajar para regiões amazônicas para participar de rituais locais com ayahuasca. Dentro desse contexto, mais um centro que promete conduzir pesquisas com todo rigor científico, é sempre bem-vindo.