Palestra Boston

Desafios Éticos e Epistemológicos na Investigação Psicodélica

Palestra Boston

Com o avanço das pesquisas clínicas, se aproxima o momento em que autoridades de saúde irão deliberar a aprovação das terapias psicodélicas. O primeiro desses eventos deve ficar a cargo do FDA, dos EUA, em 2024, que terá a tarefa de revisar todos os dados científicos produzidos pela @mapsnews sobre MDMA nas duas últimas décadas, em especial os estudos fase 3 conduzidos nos últimos anos. Na sequência, autoridades de outros países serão confrontadas com tarefas semelhantes.

O desafio das agências regulatórias será avaliar as questões epistemológicas e éticas das pesquisas. Ou seja, olhar de perto como esse conhecimento foi gerado, o quão confiável ele é, e se há algum viés na produção, disseminação e interpretação dos dados. 

Em novembro de 2022, o presidente do Instituto Phaneros, Eduardo Schenberg, participou de um simpósio sobre medicina psicodélica na Academia de Psiquiatria do Massachusetts General Hospital, em Boston, associado à Universidade Harvard. A palestra abordou justamente a íntima relação entre questões epistêmicas e éticas nessas terapias. 

Em sua fala, Eduardo olhou para o cerne da questão: o método considerado padrão-ouro da farmacologia, o estudo randomizado duplo-cego. De acordo com esta abordagem, para se determinar o efeito de fármacos, nem pacientes nem profissionais de saúde devem saber durante o estudo quem está recebendo a substância ativa, e quem está recebendo placebo. O método sem dúvidas tem importância na medicina, muito bem documentada historicamente. Mas será que serve para todas as ocasiões? Será que estudos para um antidepressivo, por exemplo, devem seguir os mesmos princípios que norteiam estudos de quimioterápicos para redução de tumores? Ou será que há particularidades na psiquiatria que requerem ponderações filosóficas sobre as exigências impostas pela objetividade farmacológica, perante a subjetividade psiquiátrica?

Se você ficou interessado no assunto, confira a palestra de Eduardo no nosso canal do Youtube. Link: https://bit.ly/PsicoterapiaBoston

Instituto Phaneros

A Psicoterapia Assistida por Psicodélicos mudou o paradigma dos tratamentos psiquiátricos?

 Instituto Phaneros

Em 2018, o presidente do Instituto Phaneros, Eduardo Schenberg, PhD, publicou um artigo de opinião na prestigiosa revista científica Frontiers in Pharmacology, no qual discute a crise dos tratamentos psiquiátricos disponíveis e o papel da Psicoterapia Assistida por Psicodélicos (PAP) nesse cenário.

Intitulado “Psychedelic-Assisted Psychotherapy: A Paradigm Shift in Psychiatric Research and Development” e citado desde então em mais de 50 publicações nacionais e internacionais, o artigo propõe que se entenda a PAP como uma inovação radical nos atendimentos em saúde mental. Segundo Eduardo, essa inovação possui as características de uma mudança de paradigma, se usarmos como critério a teoria proposta pelo filósofo Thomas Kuhn em seu clássico “A Estrutura das Revoluções Científicas”.

De acordo com Eduardo, “além de novos tratamentos, o modelo da PAP também tem importantes consequências para os eixos diagnóstico e explanatório da crise psiquiátrica, desafiando as categorias nosológicas discretas e avançando novas explicações sobre os transtornos mentais e seu tratamento, em um modelo que considera fatores culturais e sociais, incluindo adversidades, trauma e o potencial terapêutico de alguns estados não ordinários de consciência.”

O artigo tem se mostrado cada vez mais relevante na área da saúde mental, e já acumulou mais de 110.000 visualizações e quase 10.000 downloads desde que foi publicado – duas marcas que o colocam acima de 99% dos artigos publicados pela editora Frontiers. Outro forte indício de sua importância e atualidade é que, mesmo passados 4 anos de sua publicação, quase 20 das 50 citações a ele foram feitas em 2022.

Ou seja, não é exagero dizer que o Instituto Phaneros contribui de forma relevante para o debate sobre terapias psicodélicas no mundo. Quer ler o artigo na íntegra? Clique no link:

https://bit.ly/Frontiersphaneros

instituto phaneros

Novo artigo de Eduardo Schenberg debate direitos indígenas na Renascença Psicodélica

instituto phaneros

Acaba de ser publicado na revista Transcultural Psychiatry um novo artigo do diretor do Instituto Phaneros, Eduardo Schenberg, juntamente com o advogado Konstantin Gerber. “Superando as injustiças epistêmicas no estudo biomédico da ayahuasca: rumo a uma regulamentação ética e sustentável” discorre sobre um aspecto ainda pouco explorado na Revolução Psicodélica: o valor dos conhecimentos indígenas, que usam psicodélicos há milhares de anos, sobre o desenvolvimento de pesquisas, remédios e tratamentos com essas substâncias.

As tais “injustiças epistêmicas” dizem respeito à maneira como cientistas costumam tratar os povos tradicionais: como se não fossem capazes de criar e compartilhar conhecimentos válidos. Será que o conhecimento só pode ser alcançado por meio de testes duplo cegos, teorias moleculares e avaliações estatísticas de segurança? Tudo o que os povos indígenas brasileiros, peruanos e colombianos – que utilizam a ayahuasca em seus rituais e como plantas de cura – sabem sobre o chá alucinógeno deve ser jogado fora?

O artigo também propõe que novas regulações relativas à ayahuasca passem pelo consentimento e controle das sociedades indígenas. Isso é especialmente importante para evitar, por exemplo, que grandes farmacêuticas internacionais consigam isolar e patentear alguma molécula da ayahuasca a fim de lucrar com ela. 

Segundo a Convenção Sobre a Diversidade Biológica das Nações Unidas, em casos assim, os povos tradicionais também devem ser recompensados com o lucro oriundo dos novos tratamentos. No caso da ayahuasca isso se torna ainda mais evidente uma vez que o chá é elaborado a partir de uma mistura de plantas originárias da Amazônia. Quem foi, afinal, que teve a ideia para essa receita e continuamente ensina o mundo inteiro a prepará-la e usá-la?

“Povos indígenas têm o direito de manter, controlar, proteger e desenvolver sua herança biocultural, seu conhecimento tradicional e suas expressões culturais, incluindo práticas médicas”, escreveram Eduardo e Konstantin, ambos doutores por renomadas universidades brasileiras, o primeiro em neurociência e o segundo em direito.

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Revista Cult destaca o trabalho de Eduardo Schenberg

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A mais recente edição da @cultrevista chega às bancas com uma grande entrevista com o diretor do Instituto Phaneros, Eduardo Schenberg, PhD. No texto, chamado “Por uma terapêutica não dualista, com psicodélicos”, o pesquisador descreve o potencial revolucionário das Psicoterapias Assistidas por Psicodélicos e fala também sobre o trabalho do instituto.

Ao longo da entrevista, conduzida por @flavio.lobo.568, Eduardo traça um breve histórico dos tratamentos psiquiátricos: desde o tempo em que não havia medicamentos dedicados a esses problemas e no qual a terapia verbal era a única opção – chegando aos dias de hoje, onde a prevalência é a prescrição de fármacos e o distanciamento de cuidados mais humanitários. Para o neurocientista, o futuro necessita de tratamentos que caminhem no meio desses dois pólos, incluindo aí as terapias psicodélicas.

Na conversa, Eduardo também dá destaque para o trabalho da principal parceria do Instituto Phaneros, a @mapsnews, que foi a instituição responsável por desenvolver o protocolo de tratamento de estresse pós-traumático com MDMA – o mesmo seguido, aliás, na pesquisa feita pelo Instituto Phaneros no Brasil. No total, são quinze sessões de tratamento: três psicoterapêuticas preparatórias e então uma com MDMA, depois mais três sessões integrativas sem a substância e outra com a substância, a ser repetidas mais uma vez. Por fim, o tratamento se encerra com mais três sessões de psicoterapia integrativa.

Leia um trechinho da entrevista sobre o efeito dessa terapia:

“Cada sessão de psicoterapia com uso de psicodélicos é uma experiência de vida, uma vivência psíquica que envolve todo o organismo, corpo e mente. São experiências intensas, frequentemente com riso, choro, emergência de memórias, visões… que comumente são lembradas em detalhes e classificadas pelos pacientes entre as mais significativas da vida, mesmo vários anos depois.”

Quer saber mais? Procure a mais nova edição da @cultrevista!