plantas enteógenas

Na Comunidade: jurema, mulungu, noz de cola, kava. O poder das plantas enteógenas

plantas enteógenas

Encerraremos esta semana a série de encontros da Comunidade Phaneros 2022 com o antropólogo e etnobotânico Pedro Luz, autor do livro “Carta Psiconáutica”. Nesta terça, Pedro vai concluir sua apresentação, aprofundando-se em mais algumas importantes espécies de plantas enteógenas populares no Brasil, usando como base sua experiência em campo na Amazônia, além de seu conhecimento técnico.

No último encontro, a turma vai voltar o seu olhar para plantas estimulantes da África – como a Cola acuminata, a árvore da noz de cola, que é usada em diversos ritos de socialização – e para plantas oriundas da Ásia, como a pimenteira Piper betle e a Areca catechu. Esta última é uma palmeira que dá um fruto que é consumido em Taiwan pela população assim como nós consumimos um cafezinho: diariamente e nas mais variadas ocasiões sociais.

Em seguida, Pedro vai apresentar plantas que, em contextos de medicina popular, têm funções ansiolíticas e antidepressivas, como a Erythrina mulungu, árvore nativa do Brasil, conhecida popularmente como ‘mulungu,’ cujas flores têm o formato de pequenas espadinhas vermelhas. Outra espécie nessa categoria é a Valeriana officinalis, muito popular tanto no Velho quanto no Novo Mundo, e que hoje é incluída em remédios fitoterápicos contra ansiedade e depressão. Outros dois exemplos de espécies ansiolíticas e antidepressivas são a Piper methysticum, conhecida popularmente como kava, uma planta euforizante do Pacífico Sul usada em ritos de socialização e a Nymphea ampla, um tipo de lírio aquático. 

Por fim, a turma vai conhecer a Desmodium spp, além da trajetória de uma planta de uso ritualístico e medicinal, objeto de adoração por parte de inúmeros grupos indígenas, e que hoje é vista como um dos psicodélicos que podem revolucionar o tratamento de doenças psíquicas: a Mimosa tenuiflora, a famosa jurema.

Ao longo do ano, a Comunidade oferecerá 34 encontros, sempre às terças-feiras, com visitas de alguns dos maiores especialistas do assunto no Brasil e no mundo. Imperdível!

FEEDPHANEROS

Uma visão global das pesquisas com psicodélicos

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Quais são as cinco grandes perguntas que devem ser respondidas para que a regulamentação da medicina psicodélica se torne uma realidade?

Na semana passada, abrimos o módulo de Estágio Clínico da FoPAP, justamente com esse tema: de que maneira as pesquisas científicas têm abordado as questões fundamentais para que as Psicoterapias Assistidas por Psicodélicos (PAPs) possam um dia ser regulamentadas e oferecidas por serviços de saúde públicos e privados?

O convidado para debater o assunto foi o Dr. Charles Raison, psiquiatra e diretor de pesquisa clínica e translacional do Usona Institute, um dos centros de pesquisa psicodélicos mais influentes do mundo. Charles é professor na Escola de Ecologia Humana do departamento de Psiquiatria da Universidade de Wisconsin, nos EUA. Ele tem mais de 100 artigos científicos publicados, que já receberam mais de 14.000 citações.

Ele apontou que uma das incógnitas mais relevantes diz respeito à eficácia das PAPs. Qualquer tratamento novo que envolve diversos atores sociais precisa ser avaliado e aprovado pelos órgãos sanitários responsáveis, como a Anvisa aqui no Brasil ou o FDA, nos EUA.

As outras perguntas centrais são: 1. Quais são os transtornos mentais mais indicados para serem tratados com PAPs? 2. Será que os psicodélicos serão indicados como complemento a remédios que já existem, ou será que devem ser ingeridos sozinhos? 3. A PAP é mais parecida com terapia ou com antidepressivos tradicionais? e 4. Será que existe algum psicodélico mais eficaz do que os outros?

Os protocolos desenvolvidos aqui no Instituto Phaneros fazem parte de esforços globais no desenvolvimento desse campo de pesquisa e, em breve, os profissionais em treinamento na primeira turma da FoPAP iniciarão os atendimentos de voluntários para nossas pesquisas científicas. Se você quer está pronto para participar de um programa de formação intenso, que exige comprometimento, senso crítico e rigor ético, participe do processo seletivo para a próxima turma da FoPAP!

Clique agora no link https://bit.ly/fopap2023, as inscrições foram prorrogadas até o próximo dia 07/11.

plantas psicodélicas

Na Comunidade: conhecendo plantas psicodélicas

plantas psicodélicas

Continua essa semana a série de encontros com o antropólogo e etnobotânico Pedro Luz, autor do livro “Carta Psiconáutica” na Comunidade Phaneros 2022. Nesta terça, Pedro vai se aprofundar em mais algumas importantes espécies de plantas enteógenas, usando como base sua experiência em campo na Amazônia, além de seu conhecimento técnico.

Pedro pesquisou o papel das plantas psicoativas entre grupos indígenas no Norte, Nordeste e Centro-Oeste do Brasil. Durante uma estadia de um ano e quatro meses entre os Hüpda, povo tradicionalmente coletor-caçador do noroeste amazônico, registrou o uso sacramental de 22 espécies botânicas e a utilização de por volta de 700 espécies em ritos xamânicos de cura. 

No encontro com a Comunidade, o especialista vai esmiuçar o uso tradicional de um cacto mescalínico originário da América do Sul, o Trichocereus pachanoi, uma espécie ornamental que pode ser encontrada à venda em lojas de paisagismo ou pela internet. Conhecido como Cacto São Pedro ou “Wachuma” (que significa “ébrio e consciente” em quéchua) ele já tem uma cena de uso psiconáutico robusta entre nós. 

Entre muitas outras espécies, Pedro vai também apresentar algumas plantas utilizadas no feitio de “paricás”, ou o rapé de paricá, como  a Anadenanthera spp e a Virola spp. Preparado à base de plantas pulverizadas que contém dimetil-triptamina, esse rapé é de uso tradicional no Brasil e  está começando a ser usado recreativamente pelas suas características psicodélicas. O encontro promete.

Ao longo do ano, a Comunidade oferecerá 35 encontros, sempre às terças-feiras, com visitas de alguns dos maiores especialistas do assunto no Brasil e no mundo. Neles, serão discutidos artigos científicos, filmes, livros e documentários sobre o universo dos psicodélicos e suas aplicações para a saúde mental.

Claudia Schwarz-Plaschg

Imaginando e construindo cenários para a legalização dos psicodélicos nos EUA

 

Claudia Schwarz-Plaschg

A Comunidade Phaneros 2022 vai receber mais uma convidada internacional de primeira linha no encontro desta semana. A conversa será com Claudia Schwarz-Plaschg, pesquisadora da Universidade de Viena, na Áustria, e da Universidade Harvard, EUA. Excepcionalmente, o encontro acontecerá de manhã esta semana, às 9h, horário de Brasília.

Claudia trabalha com o uso de psicodélicos para tratar saúde mental, mas por um viés sociopolítico, que envolve analisar de que maneiras novas tecnologias são recebidas pelo governo, pela sociedade e pela comunidade científica. O tema de sua fala para a Comunidade será “Socio-psychedelic Imaginaries: Envisioning and Building Legal Psychedelic Worlds in the United States” (“Imaginários socio-psicodélicos: visualizando e construindo mundos psicodélicos legais nos Estados Unidos”). 

Para além das nuances mais estruturais, Claudia também analisa o fenômeno das Psicoterapias Assistidas por Psicodélicos (PAPs) por uma lente de gênero, feminismo e justiça social. Ela também é interessada em entender de que maneira ciência e espiritualidade compõem a realidade de quem se trata com esse tipo de substância.

Claudia Schwarz-Plaschg vêm de um background de estudos diversos. Formada em comunicação e sociologia, aos poucos a austríaca foi se aproximando dos estudos da ciência e tecnologia, por um viés não-médico. Seu foco costuma ser nos impactos que as tecnologias têm sobre a sociedade e a vida das pessoas.

Depois da apresentação de Claudia, os alunos terão a oportunidade de tirar dúvidas e levantar questões, para que o encontro se torne um debate e uma troca de ideias. Ao longo do ano, a Comunidade oferecerá 35 encontros, sempre às terças-feiras, com visitas de alguns dos maiores especialistas do assunto no Brasil e no mundo. Neles, serão discutidos artigos científicos, filmes, livros e documentários sobre o universo dos psicodélicos e suas aplicações para a saúde mental.

FoPAP

Nova fase da FoPAP – é hora de monitorar as terapias

FoPAP

A primeira turma da Formação em Pesquisa com Psicoterapia Assistida por Psicodélicos (FoPAP) começou uma nova fase em seu treinamento. Depois de estudar os mais importantes manuais de conduta e práticas para terapias psicodélicas do mundo, os alunos agora estão assistindo a gravações de sessões reais de PAPs e avaliando a conduta dos terapeutas, numa prática conhecida como Monitoramento de Aderência.

Já desde julho, a turma vem assistindo a íntegras de sessões de integração de terapias assistidas por MDMA feitas com dois pacientes distintos. Ao total, são mais de 80 horas de gravação. Além de se familiarizar com a prática, os alunos farão uma análise objetiva do trabalho dos terapeutas, baseada em critérios rigorosos e pré-estabelecidos, para concluir se a terapia foi bem conduzida e descobrir onde as sessões poderiam ter sido mais bem direcionadas. O objetivo é tentar reconhecer se os profissionais gravados aderiram ou não aos manuais práticos. O Monitoramento de Aderência é importante para que os terapeutas em treinamento reconheçam os principais desafios das PAPs e possam fugir de possíveis armadilhas no futuro.

Depois de um mês de observação e análise, os dados dos alunos serão compilados para avaliação. Os resultados serão comparados com a análise prévia de três terapeutas padrão ouro, já longamente estabelecidos nas terapias psicodélicas e formados pela @mapsnews: Eduardo Schenberg, presidente do Instituto Phaneros; Renata Esteves, psicóloga portuguesa, e Fernanda Rios, psicóloga na Alemanha.

Nos meses de setembro e outubro, o trabalho se repetirá com gravações de sessões de medicação e de integração. A FoPAP oferecerá, ao longo de 24 meses, atividades individuais e em grupo, online e presenciais, incluindo aulas teóricas, apresentação de casos clínicos, role-play, leituras e produção de material intelectual reflexivo sobre aspectos teóricos e práticos da Psicoterapia Assistida por Psicodélicos. O objetivo é capacitar profissionais de saúde que participarão de estudos clínicos e colaborarão com pesquisas científicas sobre o assunto.

FoPAP

As próximas semanas da FoPAP: experiências em primeira mão

FoPAP

O começo de julho será emocionante para os alunos da primeira Formação em Pesquisa com Psicoterapia Assistida por Psicodélicos (FoPAP). Chegou a hora de conviverem presencialmente e aprofundarem as trocas e experiências em primeira mão durante um retiro, na cidade de Areias, no interior de São Paulo. Para isso, a turma será dividida em dois grupos, um que participará da semana de 4 a 8 de julho, e outro de 11 a 15 de julho.

Para o retiro, estão programadas trocas e conversas entre os terapeutas em treinamento, além de oportunidades de vivenciar pessoalmente estados não-ordinários de consciência. Os alunos farão sessões de respiração holotrópica, uma técnica desenvolvida nos anos 1980 pelo psiquiatra tcheco Stanislav Grof. Por meio de músicas evocativas e hiperventilação, o método permite que a pessoa experiencie estados parecidos com os causados por psicodélicos, com memórias vívidas, resolução de problemas emocionais e vivências de dimensão espiritual. 

Os terapeutas em treinamento irão passar pelos estados não-ordinários de consciência em grupos: enquanto uns fazem a respiração holotrópica, outros estarão acompanhando e cuidando dos colegas em duplas – e vice-versa. Os alunos serão acompanhados por facilitadores certificados na técnica e alguns auxiliares em formação.

A FoPAP oferecerá, ao longo de 18 meses, atividades individuais e em grupo, online e presenciais, incluindo aulas teóricas, apresentação de casos clínicos, role-play, leituras e produção de material intelectual reflexivo sobre aspectos teóricos e práticos da Psicoterapia Assistida por Psicodélicos. O objetivo é capacitar profissionais de saúde que participarão de estudos clínicos e colaborarão com pesquisas científicas sobre o assunto.

 

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Esta semana na FoPAP: simulando a terapia psicodélica

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Depois de semanas estudando importantes manuais terapêuticos de psicodélicos – incluindo conversas com os profissionais que os desenvolveram – nesta semana a turma da FoPAP irá botar a mão na massa e interpretar situações possíveis dentro do consultório, no chamado “roleplay”.

Para isso, os estudantes da Formação em Pesquisa com Psicoterapia Assistida por Psicodélicos vão encenar situações prototípicas das PAPs em cenas específicas. As cenas incluem momentos da fase da preparação das terapias, da sessão com medicamentos de fato e da integração das experiências, que acontece depois. O grupo se dividirá em duas turmas, uma na terça e outra na quinta, para fazer o exercício.

Essas encenações são úteis no treinamento de novos profissionais que possam atender pacientes em pesquisas. Quanto mais familiarizados os terapeutas estiverem com situações desafiadoras ou inusitadas, melhor poderão auxiliar os pacientes. Para tanto, a turma irá colocar em prática a teoria que vem estudando nos últimos meses. A ideia é cristalizar o conhecimento adquirido ao longo do primeiro semestre da Formação.

Durante as encenações, os alunos serão observador por terapeutas que já têm experiência clínica em tratamentos psicodélicos – e que inclusive participaram este ano do MDMA Therapy Training Program, da @mapsnews -, como o diretor do Instituto Phaneros Thales Caldonazo, a psicóloga Paula Azem, o médico Ronaldo Azem, a médica Fátima Caldas e Ana Paula Caldas. Nos encontros seguintes, receberão feedback e orientações para aperfeiçoar os cuidados.

A FoPAP oferecerá, ao longo de 18 meses, atividades individuais e em grupo, online e presenciais, incluindo aulas teóricas, apresentação de casos clínicos, role-play, leituras e produção de material intelectual reflexivo sobre aspectos teóricos e práticos da Psicoterapia Assistida por Psicodélicos. O objetivo é capacitar profissionais de saúde que participarão de estudos clínicos e colaborarão com pesquisas científicas sobre o assunto.

PHANEROS

Esta semana na FoPAP: Joanna Simundic e Jordan Sloshower

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Esta semana, mais dois especialistas internacionais vão dar as caras – e compartilhar suas experiências – com os alunos da primeira turma da Formação em Pesquisa com Psicoterapia Assistida por Psicodélicos (FoPAP). É o médico Jordan Sloshower, da Universidade de Yale e associado ao centro de pesquisa psicodélica Usona Institute; e a terapeuta Joanna Simundic, que colabora com a @mapsnews. 

A objetivo do encontro é poder comparar os manuais de ética e boas práticas das duas instituições. Jordan tem vasta experiência em pesquisa com psilocibina para tratar casos de depressão e Joanna participou dos testes clínicos em Fase 3 concluídos no ano passado com MDMA para pacientes com estresse pós-traumático. 

Ambos os manuais – o do Usona e o da MAPS – discorrem sobre os princípios essenciais para uma sessão responsável de Psicoterapia Assistida por Psicodélicos (PAP). Isso inclui o papel dos terapeutas, práticas que devem ser feitas e aquelas a serem evitadas, a diferença entre esse tipo de tratamento e os métodos tradicionais de psicoterapia e a delicadeza e o jogo de cintura necessários para acompanhar pacientes sob efeitos de psicodélicos. Desde os últimos encontros, os alunos da FoPAP já vêm lendo os dois manuais e a ideia é que eles possam colaborar com Jordan e Joanna.

O objetivo do encontro é poder reconhecer as similaridades e também as diferenças dos dois manuais, contemplando as experiências distintas que as substâncias podem causar nos pacientes. De que maneira também se difere o tratamento para transtornos tão diferentes quanto a depressão e o estresse pós-traumático? Quem vai fazer a mediação do debate será o presidente do Instituto Phaneros, Eduardo Schenberg, PhD.

A FoPAP oferecerá, ao longo de 18 meses, atividades individuais e em grupo, online e presenciais, incluindo aulas teóricas, apresentação de casos clínicos, role-play, leituras e produção de material intelectual reflexivo sobre aspectos teóricos e práticos da Psicoterapia Assistida por Psicodélicos. O objetivo é capacitar profissionais de saúde que participarão de estudos clínicos e colaborarão com pesquisas científicas sobre o assunto.

Paula Siqueira

Esta semana na Comunidade: uma conversa sobre não-integração

Paula Siqueira

A convidada desta semana na Comunidade Phaneros 2022 é a psicóloga brasileira Paula Siqueira. Especializada em Psicologia Analítica, escola desenvolvida pelo austríaco Carl Jung, ela também oferece terapias integrativas baseadas nas medicinas orientais do Ayurveda, Siddha e Taoismo. 

Para a  conversa com a Comunidade, porém, ela vai abordar outro aspecto de sua experiência: seu interesse na cultura psicodélica, em especial a ayahuasqueira do Brasil e da cultura mazateca do México. Paula é certificada pelo California Institute of Integral Studies (CIIS) em psicoterapia assistida por psicodélicos (PAP) e está fazendo a formação da MAPS em terapia assistida por MDMA. Junto ao Instituto Phaneros, ela faz parte do grupo de médicos, cientistas e terapeutas que conduzirão as próximas pesquisas com MDMA e psilocibina no Brasil.

Para dar o pontapé inicial no debate, os alunos irão assistir o curta-metragem “Evocando Ori” (2022), de autoria da própria psicóloga, que aborda as experiências psicodélicas por um viés de não-integração. No vídeo, a protagonista vive uma procura intensa por uma conexão com o seu mundo espiritual, de autoconhecimento – ao mesmo tempo em que resiste às mudanças possivelmente dolorosas que esse processo traz consigo. “Ori” é uma palavra de matriz africana, de origem Yorubá, que significa literalmente “cabeça”, mas que é também um conceito metafísico: a intuição espiritual e o destino de uma pessoa

Como material de apoio, o grupo também irá ler o trabalho de pesquisa de Paula, de mesmo nome. A ideia é que os alunos possam aprender e trocar com as experiências da psicóloga e que possam debater o que acontece quando as experiências psicodélicas não são integradas. 

Ao longo do ano, a Comunidade oferecerá 35 encontros, sempre às terças-feiras, com visitas de alguns dos maiores especialistas do assunto no Brasil e no mundo. Neles, serão discutidos artigos científicos, filmes, livros e documentários sobre o universo dos psicodélicos e suas aplicações para a saúde mental.

I phaneros

Esta semana na comunidade: Sandplay na integração

I phaneros

Os encontros da Comunidade Phaneros 2022 seguem a todo vapor. Esta semana, daremos início a um eixo central do grupo de estudo: a compreensão e o estudo de diferentes linhas terapêuticas e suas potenciais colaborações para a terapia psicodélica. O foco da aula desta terça-feira, dia 6 de maio, é a técnica conhecida por Sandplay. Para isso, o Instituto Phaneros convidou uma de suas alunas da Formação em Pesquisa com Psicoterapia Assistida por Psicodélicos (FoPAP), Mercedes Elena Gutiérrez Ávila, especialista na técnica.

Baseado nos conceitos teóricos do psicanalista austríaco Carl Gustav Jung, o Sandplay é uma técnica não-verbal para facilitar o acesso ao inconsciente do paciente. Com a ajuda de uma caixa de areia, o paciente pode manipular seu conteúdo, desenhar sobre ele, molhá-lo, manuseá-lo e até acrescentar objetos em miniatura de sua escolha. A análise então é feita sobre a imagem criada ao final, uma vez que, de acordo com Jung, nosso inconsciente é permeado por símbolos, que podem vir à tona por meio desse exercício. 

O Sandplay pode ser interessante, por exemplo, para quem tem dificuldade em se expressar por meio de palavras – por isso, é usado com frequência também nas terapias com crianças. Seu efeito é frequentemente tranquilizador e relaxante, conduzindo a um estado contemplativo, o que também é uma vantagem para pessoas passando por situações de estresse ou com problemas de impulsividade.

O encontro faz parte do bloco de estudos chamado “Psicoterapia, Preparação e Integração” da Comunidade, no qual se espera que os membros entrem em contato com as práticas terapêuticas mais estabelecidas e comecem a se aprofundar na interação entre psicodélicos e psicoterapia. Para esse fim, a troca com profissionais que já atuam na área e que têm vivências clínicas se torna um elemento de aprendizagem importante.

Ao longo do ano, a Comunidade oferecerá 35 encontros, sempre às terças-feiras, com visitas de alguns dos maiores especialistas do assunto no Brasil e no mundo. Neles, serão discutidos artigos científicos, filmes, livros e documentários sobre o universo dos psicodélicos e suas aplicações para a saúde mental.