Graham Pechenik

Esta semana na Comunidade: Graham Pechenik e o debate sobre patentes psicodélicas

Graham Pechenik

Esta semana a Comunidade Phaneros 2022 recebe mais um convidado especial, dessa vez para tratar um assunto ainda não muito explorado nos encontros anteriores: o registro de novas patentes baseadas em substâncias psicodélicas. Para isso, a turma vai receber Graham Pechenik, advogado americano, fundador da empresa de advocacia Calyx Law, especializada em registrar propriedade intelectual relacionada a Cannabis e substâncias psicodélicas.

Graham é formado pela Universidade de San Diego, com ênfase em neurociência cognitiva, além de direito. Depois de algumas experiências psicodélicas e de alterações no estado de consciência, passou a estudar também bioquímica e bioética na Universidade de Nova York. Seu pontapé profissional se deu dentro de empresas tradicionais, defendendo patentes para farmacêuticas e fabricantes de produtos químicos e agrícolas, o que fez por mais de uma década.

Em 2016, decidiu fundar a Calyx Law, que ajuda empresas voltadas à comercialização de Cannabis e psicodélicos a registrar suas patentes. Ele também advoga em defesa da descriminalização dessas substâncias, em São Francisco, onde mora.

Patentear novos medicamentos e produtos baseados em substâncias naturais, como é o caso da maconha e de muitos psicodélicos, é sempre um terreno espinhoso, de muita deliberação ética. Afinal, a partir de qual ponto uma substância pode ser considerada inédita ou inovadora a ponto de poder ser cedida a uma empresa e protegida pela lei? É justo uma companhia poder lucrar com um produto que é tão fortemente conectado a um bem imaterial e coletivo, como são as plantas ou os fungos? Essa e muitas outras perguntas prometem aquecer o debate com Graham nesta terça-feira.

Ao longo do ano, a Comunidade oferecerá 35 encontros, sempre às terças-feiras, com visitas de alguns dos maiores especialistas do assunto no Brasil e no mundo. Neles, serão discutidos artigos científicos, filmes, livros e documentários sobre o universo dos psicodélicos e suas aplicações para a saúde mental.

Claudia Schwarz-Plaschg

Imaginando e construindo cenários para a legalização dos psicodélicos nos EUA

 

Claudia Schwarz-Plaschg

A Comunidade Phaneros 2022 vai receber mais uma convidada internacional de primeira linha no encontro desta semana. A conversa será com Claudia Schwarz-Plaschg, pesquisadora da Universidade de Viena, na Áustria, e da Universidade Harvard, EUA. Excepcionalmente, o encontro acontecerá de manhã esta semana, às 9h, horário de Brasília.

Claudia trabalha com o uso de psicodélicos para tratar saúde mental, mas por um viés sociopolítico, que envolve analisar de que maneiras novas tecnologias são recebidas pelo governo, pela sociedade e pela comunidade científica. O tema de sua fala para a Comunidade será “Socio-psychedelic Imaginaries: Envisioning and Building Legal Psychedelic Worlds in the United States” (“Imaginários socio-psicodélicos: visualizando e construindo mundos psicodélicos legais nos Estados Unidos”). 

Para além das nuances mais estruturais, Claudia também analisa o fenômeno das Psicoterapias Assistidas por Psicodélicos (PAPs) por uma lente de gênero, feminismo e justiça social. Ela também é interessada em entender de que maneira ciência e espiritualidade compõem a realidade de quem se trata com esse tipo de substância.

Claudia Schwarz-Plaschg vêm de um background de estudos diversos. Formada em comunicação e sociologia, aos poucos a austríaca foi se aproximando dos estudos da ciência e tecnologia, por um viés não-médico. Seu foco costuma ser nos impactos que as tecnologias têm sobre a sociedade e a vida das pessoas.

Depois da apresentação de Claudia, os alunos terão a oportunidade de tirar dúvidas e levantar questões, para que o encontro se torne um debate e uma troca de ideias. Ao longo do ano, a Comunidade oferecerá 35 encontros, sempre às terças-feiras, com visitas de alguns dos maiores especialistas do assunto no Brasil e no mundo. Neles, serão discutidos artigos científicos, filmes, livros e documentários sobre o universo dos psicodélicos e suas aplicações para a saúde mental.

O que o uso de psicodélicos tem a ver com a conexão com a natureza

Um recente estudo brasileiro, publicado em agosto de 2022 no Journal of Psychoactive Drugs, e liderado pelos pesquisadores Marcio Longo, Bheatrix Bienemann e Daniel Mograbi, da PUC-Rio, com colaboração do presidente do Instituto Phaneros, Eduardo Schenberg, PhD, analisou a relação que usuários de diversas substâncias têm com a natureza. O artigo, baseado em uma pesquisa conduzida pela internet com quase 300 voluntários sobre hábitos de consumo de drogas, concluiu que aqueles que usam psicodélicos como a ayahuasca, a psilocibina dos cogumelos mágicos e o LSD se dizem também mais conectados com o mundo natural.

O estudo analisou o consumo de ayahuasca, psilocibina, LSD, MDMA, cannabis, cocaína e álcool, mas foi com a ayahuasca que os participantes disseram ter se sentido mais em harmonia com a natureza. Isso pode se dever ao fato de que, na maior parte dos casos, a substância foi ingerida dentro de um contexto comunitário e religioso. 

Diversas pesquisas já mostraram a relação entre psicodélicos e o contato com a natureza, uma vez que essas substâncias também tendem a tornar seus usuários mais abertos a novas experiências, mais conectados com o mundo ao redor e mais espiritualizados. Há indícios também de que quem consome essas substâncias também se preocupa mais com a conservação do planeta e do meio ambiente. A maior parte dos estudos anteriores foi conduzida em países desenvolvidos e de língua inglesa e demonstrar essa associação também entre habitantes de um país de média renda é uma novidade do estudo brasileiro.

Há, porém, limitações metodológicas na pesquisa. Por se tratar de uma pesquisa online, os participantes não são representativos da população brasileira. 60% dos respondentes eram mulheres, 79% eram brancos e quase um terço dos voluntários tinham renda mensal entre 10 e 20 salários mínimos – o que indica um forte recorte de classe no estudo. Ainda assim, trata-se de uma conclusão interessante, ainda mais em um país com enormes e urgentes questões ambientais como o Brasil.

IRIS

Instituto Phaneros no Iris Festival

IRIS

O Parque Lage, no Rio de Janeiro, vai sediar entre os dias 12, 13 e 14 de agosto o IRIS Festival @irisprobemviver, um encontro entre arte, ciência, espiritualidade, tecnologia, ecologia e cultura. Ao longo dos três dias, o evento vai oferecer palestras, shows de música, oficinas, workshops, rodas de cultura popular, conferências e experiências únicas para os participantes.

A ideia do festival é criar um espaço que lute por uma sociedade mais igualitária, com foco na sustentabilidade e na justiça social, com reflexões e questionamentos sobre o status quo. O objetivo é promover a mudança – interna e externa – das pessoas, incentivando a conexão com a natureza e as comunidades tradicionais, para poder lidar com as crises atuais da sociedade.

O presidente do Instituto Phaneros, Eduardo Schenberg, também vai participar do IRIS Festival em um bate-papo com outros dois agentes de mudança: o astrônomo brasileiro Marcelo Gleiser @gleiserofficial e a ecologista e autora de livros Monica Gagliano @_monicagagliano_. A conversa, “Alternativas de pensar a natureza, o humano e o cosmos”, acontece às 17h do dia 13 de agosto, sábado. 

Outras atrações incluem a chef de cozinha Bela Gil @belagil (“A comida como lente para enxergar o mundo”), assim como a liderança indígena Eliane Potiguara @elianepotiguara e o socioambientalista Thiago Ávila (“O Bem Viver: uma oportunidade para imaginar novos mundos”). Entre as atrações musicais estão Mateus Aleluia e o Samba da Dida.

Os ingressos estão à venda no site da Benfeitoria (https://benfeitoria.com/projeto/irisfestival), que também está arrecadando fundos para a realização do evento. Os apoios variam entre R$ 30 e R$ 1.500, e permitem desde a participação básica ao IRIS Festival até shows personalizados, viagens e o status de patrocinador oficial. Entre no site e garanta já o seu acesso!

 

FoPAP

Nova fase da FoPAP – é hora de monitorar as terapias

FoPAP

A primeira turma da Formação em Pesquisa com Psicoterapia Assistida por Psicodélicos (FoPAP) começou uma nova fase em seu treinamento. Depois de estudar os mais importantes manuais de conduta e práticas para terapias psicodélicas do mundo, os alunos agora estão assistindo a gravações de sessões reais de PAPs e avaliando a conduta dos terapeutas, numa prática conhecida como Monitoramento de Aderência.

Já desde julho, a turma vem assistindo a íntegras de sessões de integração de terapias assistidas por MDMA feitas com dois pacientes distintos. Ao total, são mais de 80 horas de gravação. Além de se familiarizar com a prática, os alunos farão uma análise objetiva do trabalho dos terapeutas, baseada em critérios rigorosos e pré-estabelecidos, para concluir se a terapia foi bem conduzida e descobrir onde as sessões poderiam ter sido mais bem direcionadas. O objetivo é tentar reconhecer se os profissionais gravados aderiram ou não aos manuais práticos. O Monitoramento de Aderência é importante para que os terapeutas em treinamento reconheçam os principais desafios das PAPs e possam fugir de possíveis armadilhas no futuro.

Depois de um mês de observação e análise, os dados dos alunos serão compilados para avaliação. Os resultados serão comparados com a análise prévia de três terapeutas padrão ouro, já longamente estabelecidos nas terapias psicodélicas e formados pela @mapsnews: Eduardo Schenberg, presidente do Instituto Phaneros; Renata Esteves, psicóloga portuguesa, e Fernanda Rios, psicóloga na Alemanha.

Nos meses de setembro e outubro, o trabalho se repetirá com gravações de sessões de medicação e de integração. A FoPAP oferecerá, ao longo de 24 meses, atividades individuais e em grupo, online e presenciais, incluindo aulas teóricas, apresentação de casos clínicos, role-play, leituras e produção de material intelectual reflexivo sobre aspectos teóricos e práticos da Psicoterapia Assistida por Psicodélicos. O objetivo é capacitar profissionais de saúde que participarão de estudos clínicos e colaborarão com pesquisas científicas sobre o assunto.

FoPAP

As próximas semanas da FoPAP: experiências em primeira mão

FoPAP

O começo de julho será emocionante para os alunos da primeira Formação em Pesquisa com Psicoterapia Assistida por Psicodélicos (FoPAP). Chegou a hora de conviverem presencialmente e aprofundarem as trocas e experiências em primeira mão durante um retiro, na cidade de Areias, no interior de São Paulo. Para isso, a turma será dividida em dois grupos, um que participará da semana de 4 a 8 de julho, e outro de 11 a 15 de julho.

Para o retiro, estão programadas trocas e conversas entre os terapeutas em treinamento, além de oportunidades de vivenciar pessoalmente estados não-ordinários de consciência. Os alunos farão sessões de respiração holotrópica, uma técnica desenvolvida nos anos 1980 pelo psiquiatra tcheco Stanislav Grof. Por meio de músicas evocativas e hiperventilação, o método permite que a pessoa experiencie estados parecidos com os causados por psicodélicos, com memórias vívidas, resolução de problemas emocionais e vivências de dimensão espiritual. 

Os terapeutas em treinamento irão passar pelos estados não-ordinários de consciência em grupos: enquanto uns fazem a respiração holotrópica, outros estarão acompanhando e cuidando dos colegas em duplas – e vice-versa. Os alunos serão acompanhados por facilitadores certificados na técnica e alguns auxiliares em formação.

A FoPAP oferecerá, ao longo de 18 meses, atividades individuais e em grupo, online e presenciais, incluindo aulas teóricas, apresentação de casos clínicos, role-play, leituras e produção de material intelectual reflexivo sobre aspectos teóricos e práticos da Psicoterapia Assistida por Psicodélicos. O objetivo é capacitar profissionais de saúde que participarão de estudos clínicos e colaborarão com pesquisas científicas sobre o assunto.

 

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Esta semana na FoPAP: simulando a terapia psicodélica

fopap

Depois de semanas estudando importantes manuais terapêuticos de psicodélicos – incluindo conversas com os profissionais que os desenvolveram – nesta semana a turma da FoPAP irá botar a mão na massa e interpretar situações possíveis dentro do consultório, no chamado “roleplay”.

Para isso, os estudantes da Formação em Pesquisa com Psicoterapia Assistida por Psicodélicos vão encenar situações prototípicas das PAPs em cenas específicas. As cenas incluem momentos da fase da preparação das terapias, da sessão com medicamentos de fato e da integração das experiências, que acontece depois. O grupo se dividirá em duas turmas, uma na terça e outra na quinta, para fazer o exercício.

Essas encenações são úteis no treinamento de novos profissionais que possam atender pacientes em pesquisas. Quanto mais familiarizados os terapeutas estiverem com situações desafiadoras ou inusitadas, melhor poderão auxiliar os pacientes. Para tanto, a turma irá colocar em prática a teoria que vem estudando nos últimos meses. A ideia é cristalizar o conhecimento adquirido ao longo do primeiro semestre da Formação.

Durante as encenações, os alunos serão observador por terapeutas que já têm experiência clínica em tratamentos psicodélicos – e que inclusive participaram este ano do MDMA Therapy Training Program, da @mapsnews -, como o diretor do Instituto Phaneros Thales Caldonazo, a psicóloga Paula Azem, o médico Ronaldo Azem, a médica Fátima Caldas e Ana Paula Caldas. Nos encontros seguintes, receberão feedback e orientações para aperfeiçoar os cuidados.

A FoPAP oferecerá, ao longo de 18 meses, atividades individuais e em grupo, online e presenciais, incluindo aulas teóricas, apresentação de casos clínicos, role-play, leituras e produção de material intelectual reflexivo sobre aspectos teóricos e práticos da Psicoterapia Assistida por Psicodélicos. O objetivo é capacitar profissionais de saúde que participarão de estudos clínicos e colaborarão com pesquisas científicas sobre o assunto.

FoPAP

Esta semana na FoPAP: hora de olhar para os casos clínicos

FoPAP

A primeira turma da Formação em Pesquisa com Psicoterapia Assistida por Psicodélicos (FoPAP) do Instituto Phaneros segue com a sua missão de se familiarizar com a rotina e as boas práticas das sessões de psicoterapia assistida por psicodélicos. Nesta terça-feira, daremos início ao segundo módulo de discussão de casos clínicos, que será composto por três encontros.

No dia 26 de maio, o grupo irá discutir algumas situações desafiadoras que podem ocorrer nos protocolos de tratamento da depressão com psilocibina (o princípio ativo dos cogumelos mágicos). Para isso, contaremos novamente com a presença de Jordan Sloshower, psiquiatra da Universidade de Yale, e Malynn Utzinger, médica – ambos associados ao centro de pesquisa psicodélica Usona Institute, cujo manual terapêutico foi estudado nos encontros anteriores. Em vez de assistir a vídeos de gravações de sessões, os alunos irão debater casos e situações reais testemunhados e narrados por Jordan e Malynn em seus trabalhos prévios. 

A discussão de casos clínicos é uma forma eficaz para que terapeutas em treinamento possam aumentar seu repertório a respeito de situações delicadas, que possam precisar de uma atenção especial ou de um manejo específico durante as sessões psicodélicas. A ideia é que, quando eles mesmos venham a encontrar casos parecidos, se sintam mais amparados e preparados para lidar com os pacientes. 

É comum que pessoas em tratamentos psicodélicos revivam momentos marcantes, dolorosos ou até mesmo traumatizantes de suas vidas. As reações a essas memórias, portanto, tendem a ser imprevisíveis e precisam ser manejadas caso a caso, paciente por paciente. Quanto mais expostos à variedade de experiências um terapeuta for, mais qualificado ele será também para atender.

A discussão e o contato com casos clínicos é um dos eixos centrais dos 18 meses de duração da FoPAP, que visa formar profissionais aptos a acompanhar estudos clínicos com psicodélicos aqui no Brasil. O debate desta semana será mediado pelo presidente e o diretor do Instituto Phaneros – Eduardo Schenberg, PhD, e Thales Caldonazo, diretor do Instituto.

 

PHANEROS

Esta semana na FoPAP: Joanna Simundic e Jordan Sloshower

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Esta semana, mais dois especialistas internacionais vão dar as caras – e compartilhar suas experiências – com os alunos da primeira turma da Formação em Pesquisa com Psicoterapia Assistida por Psicodélicos (FoPAP). É o médico Jordan Sloshower, da Universidade de Yale e associado ao centro de pesquisa psicodélica Usona Institute; e a terapeuta Joanna Simundic, que colabora com a @mapsnews. 

A objetivo do encontro é poder comparar os manuais de ética e boas práticas das duas instituições. Jordan tem vasta experiência em pesquisa com psilocibina para tratar casos de depressão e Joanna participou dos testes clínicos em Fase 3 concluídos no ano passado com MDMA para pacientes com estresse pós-traumático. 

Ambos os manuais – o do Usona e o da MAPS – discorrem sobre os princípios essenciais para uma sessão responsável de Psicoterapia Assistida por Psicodélicos (PAP). Isso inclui o papel dos terapeutas, práticas que devem ser feitas e aquelas a serem evitadas, a diferença entre esse tipo de tratamento e os métodos tradicionais de psicoterapia e a delicadeza e o jogo de cintura necessários para acompanhar pacientes sob efeitos de psicodélicos. Desde os últimos encontros, os alunos da FoPAP já vêm lendo os dois manuais e a ideia é que eles possam colaborar com Jordan e Joanna.

O objetivo do encontro é poder reconhecer as similaridades e também as diferenças dos dois manuais, contemplando as experiências distintas que as substâncias podem causar nos pacientes. De que maneira também se difere o tratamento para transtornos tão diferentes quanto a depressão e o estresse pós-traumático? Quem vai fazer a mediação do debate será o presidente do Instituto Phaneros, Eduardo Schenberg, PhD.

A FoPAP oferecerá, ao longo de 18 meses, atividades individuais e em grupo, online e presenciais, incluindo aulas teóricas, apresentação de casos clínicos, role-play, leituras e produção de material intelectual reflexivo sobre aspectos teóricos e práticos da Psicoterapia Assistida por Psicodélicos. O objetivo é capacitar profissionais de saúde que participarão de estudos clínicos e colaborarão com pesquisas científicas sobre o assunto.

Paula Siqueira

Esta semana na Comunidade: uma conversa sobre não-integração

Paula Siqueira

A convidada desta semana na Comunidade Phaneros 2022 é a psicóloga brasileira Paula Siqueira. Especializada em Psicologia Analítica, escola desenvolvida pelo austríaco Carl Jung, ela também oferece terapias integrativas baseadas nas medicinas orientais do Ayurveda, Siddha e Taoismo. 

Para a  conversa com a Comunidade, porém, ela vai abordar outro aspecto de sua experiência: seu interesse na cultura psicodélica, em especial a ayahuasqueira do Brasil e da cultura mazateca do México. Paula é certificada pelo California Institute of Integral Studies (CIIS) em psicoterapia assistida por psicodélicos (PAP) e está fazendo a formação da MAPS em terapia assistida por MDMA. Junto ao Instituto Phaneros, ela faz parte do grupo de médicos, cientistas e terapeutas que conduzirão as próximas pesquisas com MDMA e psilocibina no Brasil.

Para dar o pontapé inicial no debate, os alunos irão assistir o curta-metragem “Evocando Ori” (2022), de autoria da própria psicóloga, que aborda as experiências psicodélicas por um viés de não-integração. No vídeo, a protagonista vive uma procura intensa por uma conexão com o seu mundo espiritual, de autoconhecimento – ao mesmo tempo em que resiste às mudanças possivelmente dolorosas que esse processo traz consigo. “Ori” é uma palavra de matriz africana, de origem Yorubá, que significa literalmente “cabeça”, mas que é também um conceito metafísico: a intuição espiritual e o destino de uma pessoa

Como material de apoio, o grupo também irá ler o trabalho de pesquisa de Paula, de mesmo nome. A ideia é que os alunos possam aprender e trocar com as experiências da psicóloga e que possam debater o que acontece quando as experiências psicodélicas não são integradas. 

Ao longo do ano, a Comunidade oferecerá 35 encontros, sempre às terças-feiras, com visitas de alguns dos maiores especialistas do assunto no Brasil e no mundo. Neles, serão discutidos artigos científicos, filmes, livros e documentários sobre o universo dos psicodélicos e suas aplicações para a saúde mental.