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A importância da diversidade nos estudos com psicodélicos

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Poucos assuntos andam tão aquecidos no mundo da psiquiatria quanto as terapias psicodélicas. Há um aspecto nos estudos feitos com essas substâncias, porém, que ainda está deixando a desejar: o perfil etnográfico e social dos voluntários. 

Já é sabido há décadas que boa parte dos transtornos mentais – como dependência em álcool, estresse pós-traumático ou depressão – têm incidência maior entre grupos raciais e sociais minoritários, como populações pobres, negras e indígenas. Ainda assim, a maior parte dos participantes de estudos psicodélicos segue sendo branca. 

Essa distorção foi tema de um artigo publicado no site da Universidade Wisconsin-Madison. Para lidar com o problema, três pesquisadores da Universidade, Cody Wenthur, Paul Hutson e Olayinka Shiyanbola, estão liderando um projeto de pesquisa com o intuito de aumentar a representatividade em estudos clínicos. 

“À medida que drogas ainda consideradas ilegais, como os psicodélicos, estão entrando nos estudos clínicos, temos de reconhecer as dinâmicas sociais envolvidas no consumo de drogas e identificar que certos grupos demográficos passam por um escrutínio legal muito maior do que a maioria da população”, disse Cody Wenthur. Ele se refere, é claro, à perseguição, e encarceramento desproporcional de populações negras e periféricas, por exemplo. 

No Brasil, a situação é particularmente importante dada a alta prevalência de transtornos entre indígenas, de onde grande parte do conhecimento sobre plantas, como a ayahuasca se origina. Essas sociedades, porém, não vêm sendo incluídas nos estudos feitos em universidades brasileiras.

No Instituto Phaneros estamos começando a desenhar nossas estratégias de acessibilidade e justiça social para contribuir com soluções a estas questões.

Leia o artigo completo em https://bit.ly/PHANEROS-A333

Palestra Boston

Desafios Éticos e Epistemológicos na Investigação Psicodélica

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Com o avanço das pesquisas clínicas, se aproxima o momento em que autoridades de saúde irão deliberar a aprovação das terapias psicodélicas. O primeiro desses eventos deve ficar a cargo do FDA, dos EUA, em 2024, que terá a tarefa de revisar todos os dados científicos produzidos pela @mapsnews sobre MDMA nas duas últimas décadas, em especial os estudos fase 3 conduzidos nos últimos anos. Na sequência, autoridades de outros países serão confrontadas com tarefas semelhantes.

O desafio das agências regulatórias será avaliar as questões epistemológicas e éticas das pesquisas. Ou seja, olhar de perto como esse conhecimento foi gerado, o quão confiável ele é, e se há algum viés na produção, disseminação e interpretação dos dados. 

Em novembro de 2022, o presidente do Instituto Phaneros, Eduardo Schenberg, participou de um simpósio sobre medicina psicodélica na Academia de Psiquiatria do Massachusetts General Hospital, em Boston, associado à Universidade Harvard. A palestra abordou justamente a íntima relação entre questões epistêmicas e éticas nessas terapias. 

Em sua fala, Eduardo olhou para o cerne da questão: o método considerado padrão-ouro da farmacologia, o estudo randomizado duplo-cego. De acordo com esta abordagem, para se determinar o efeito de fármacos, nem pacientes nem profissionais de saúde devem saber durante o estudo quem está recebendo a substância ativa, e quem está recebendo placebo. O método sem dúvidas tem importância na medicina, muito bem documentada historicamente. Mas será que serve para todas as ocasiões? Será que estudos para um antidepressivo, por exemplo, devem seguir os mesmos princípios que norteiam estudos de quimioterápicos para redução de tumores? Ou será que há particularidades na psiquiatria que requerem ponderações filosóficas sobre as exigências impostas pela objetividade farmacológica, perante a subjetividade psiquiátrica?

Se você ficou interessado no assunto, confira a palestra de Eduardo no nosso canal do Youtube. Link: https://bit.ly/PsicoterapiaBoston

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FoPAP: A questão dos placebos na pesquisa clínica com psicodélicos

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Hoje é dia de aula para a segunda turma da Formação em Pesquisa em Psicoterapia Assistida por Psicodélicos, a FoPAP. Os alunos, que estão apenas começando sua jornada, já entrarão em contato com alguns dos temas mais pulsantes – e polêmicos – dos estudos feitos com psicodélicos: o desafio de se criar e aceitar novos modelos de pesquisa que abarquem esse tipo de substância. Para isso, contarão com a presença do presidente do Instituto Phaneros, Eduardo Schenberg, PhD, e de Jordan Sloshower, professor da prestigiosa Universidade Yale, e colaborador do centro de pesquisa norte-americano Usona.

Jordan e Eduardo irão debater, por exemplo, os limites do desenho duplo-cego em estudos clínicos para testar a eficácia de fármacos. Considerado o modelo mais rigoroso da medicina baseada em evidências, esse desenho exige que se divida os pacientes de um estudo em dois grupos, nos quais apenas um recebe a substância nova a ser testada e o outro recebe um placebo – e ninguém sabe quem recebeu o quê. Isso eliminaria aspectos psicológicos e de expectativas dos voluntários e médicos, o que poderia afetar os resultados. Acontece que esse modelo é de difícil aplicabilidade entre psicodélicos. Essas substâncias mexem com a própria consciência dos indivíduos e dificilmente um paciente fica sob efeito psicodélico sem saber o que está acontecendo. 

Diante desses fatos, fica a questão: será que o modelo duplo-cego é o único possível dentro da ciência? Como desenhar estudos igualmente sérios e rigorosos que possam contemplar substâncias como os psicodélicos? E como incluir as psicoterapias – tão essenciais no trabalho com psicodélicos – nos desenhos de estudos? Essas são perguntas que vêm sendo debatidas por diversos cientistas, e que serão levantadas também no encontro desta semana da FoPAP.

Os terapeutas em formação terão a oportunidade de entender os principais desafios práticos e teóricos que o campo enfrenta neste momento de expansão das pesquisas. Esse panorama permite também uma apreciação crítica da literatura científica, que vem crescendo vertiginosamente.

Mais informações sobre o programa de formação da FoPAP podem ser encontradas em nosso site.

Eduardo Schenberg

Eduardo Schenberg sugere cautela sobre microdosagens

Eduardo Schenberg

 

O jornal Folha de São Paulo @folhadespaulo publicou esta semana, no feriado de 12 de outubro, uma reportagem sobre um comportamento que vêm se espalhando pelo Brasil: a microdosagem, o hábito de consumir doses baixíssimas de psicodélicos, especificamente a psilocibina dos chamados cogumelos mágicos, para tratar de forma caseira sintomas de ansiedade. O presidente do Instituto Phaneros, Eduardo Schenberg, PhD, foi convidado a comentar o hábito.

No Brasil, quem pratica a microdosagem compra os cogumelos em estado bruto pela internet e consome-os por conta própria. A Folha entrevistou duas dessas pessoas, que declararam estar se sentindo melhor dos sintomas da ansiedade. Apesar desses relatos, os efeitos positivos da microdosagem estão longe de serem consenso científico. “Os estudos científicos vão mostrando cada vez mais que quando se faz um estudo duplo cego —em que algumas pessoas vão receber a microdose e outras não, sem elas saberem quem está recebendo ou não— praticamente não há diferenças detectáveis entre os grupos. Isso é geralmente chamado de efeito placebo”, disse Eduardo à Folha, enfatizando que pacientes com depressão não devem substituir seus tratamentos atuais, seja antidepressivo ou psicoterapia, por microdoses.

Outra entrevistada pelo jornal, Carla Bicca, vice-coordenadora da Comissão de Adicções da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP) ressaltou os possíveis efeitos colaterais dos psicodélicos: “Essas drogas do jeito que estão vindo, meio empurradas pela cultura, são muito perigosas. As pessoas mais vulneráveis mentalmente têm mais risco, por exemplo, de psicotizar com a psilocibina”.

A reportagem também explica que os benefícios mais evidentes da psilocibina vêm sendo observados em sessões de Psicoterapia Assistida por Psicodélicos (PAPs), nas quais a dosagem é bem maior e onde os pacientes são acompanhados por psicoterapeutas especializados. Para tanto, o jornal deu destaque ao trabalho do Instituto Phaneros, que, além de produzir conteúdo educativo para profissionais de saúde, há anos conduz pesquisas com a PAP, e que está com novos testes clínicos com psicodélicos aprovados na Comissão Nacional de Ética em Pesquisa. 

Link:

https://bit.ly/PHANEROS-P89

Claudia Schwarz-Plaschg

Imaginando e construindo cenários para a legalização dos psicodélicos nos EUA

 

Claudia Schwarz-Plaschg

A Comunidade Phaneros 2022 vai receber mais uma convidada internacional de primeira linha no encontro desta semana. A conversa será com Claudia Schwarz-Plaschg, pesquisadora da Universidade de Viena, na Áustria, e da Universidade Harvard, EUA. Excepcionalmente, o encontro acontecerá de manhã esta semana, às 9h, horário de Brasília.

Claudia trabalha com o uso de psicodélicos para tratar saúde mental, mas por um viés sociopolítico, que envolve analisar de que maneiras novas tecnologias são recebidas pelo governo, pela sociedade e pela comunidade científica. O tema de sua fala para a Comunidade será “Socio-psychedelic Imaginaries: Envisioning and Building Legal Psychedelic Worlds in the United States” (“Imaginários socio-psicodélicos: visualizando e construindo mundos psicodélicos legais nos Estados Unidos”). 

Para além das nuances mais estruturais, Claudia também analisa o fenômeno das Psicoterapias Assistidas por Psicodélicos (PAPs) por uma lente de gênero, feminismo e justiça social. Ela também é interessada em entender de que maneira ciência e espiritualidade compõem a realidade de quem se trata com esse tipo de substância.

Claudia Schwarz-Plaschg vêm de um background de estudos diversos. Formada em comunicação e sociologia, aos poucos a austríaca foi se aproximando dos estudos da ciência e tecnologia, por um viés não-médico. Seu foco costuma ser nos impactos que as tecnologias têm sobre a sociedade e a vida das pessoas.

Depois da apresentação de Claudia, os alunos terão a oportunidade de tirar dúvidas e levantar questões, para que o encontro se torne um debate e uma troca de ideias. Ao longo do ano, a Comunidade oferecerá 35 encontros, sempre às terças-feiras, com visitas de alguns dos maiores especialistas do assunto no Brasil e no mundo. Neles, serão discutidos artigos científicos, filmes, livros e documentários sobre o universo dos psicodélicos e suas aplicações para a saúde mental.

O que o uso de psicodélicos tem a ver com a conexão com a natureza

Um recente estudo brasileiro, publicado em agosto de 2022 no Journal of Psychoactive Drugs, e liderado pelos pesquisadores Marcio Longo, Bheatrix Bienemann e Daniel Mograbi, da PUC-Rio, com colaboração do presidente do Instituto Phaneros, Eduardo Schenberg, PhD, analisou a relação que usuários de diversas substâncias têm com a natureza. O artigo, baseado em uma pesquisa conduzida pela internet com quase 300 voluntários sobre hábitos de consumo de drogas, concluiu que aqueles que usam psicodélicos como a ayahuasca, a psilocibina dos cogumelos mágicos e o LSD se dizem também mais conectados com o mundo natural.

O estudo analisou o consumo de ayahuasca, psilocibina, LSD, MDMA, cannabis, cocaína e álcool, mas foi com a ayahuasca que os participantes disseram ter se sentido mais em harmonia com a natureza. Isso pode se dever ao fato de que, na maior parte dos casos, a substância foi ingerida dentro de um contexto comunitário e religioso. 

Diversas pesquisas já mostraram a relação entre psicodélicos e o contato com a natureza, uma vez que essas substâncias também tendem a tornar seus usuários mais abertos a novas experiências, mais conectados com o mundo ao redor e mais espiritualizados. Há indícios também de que quem consome essas substâncias também se preocupa mais com a conservação do planeta e do meio ambiente. A maior parte dos estudos anteriores foi conduzida em países desenvolvidos e de língua inglesa e demonstrar essa associação também entre habitantes de um país de média renda é uma novidade do estudo brasileiro.

Há, porém, limitações metodológicas na pesquisa. Por se tratar de uma pesquisa online, os participantes não são representativos da população brasileira. 60% dos respondentes eram mulheres, 79% eram brancos e quase um terço dos voluntários tinham renda mensal entre 10 e 20 salários mínimos – o que indica um forte recorte de classe no estudo. Ainda assim, trata-se de uma conclusão interessante, ainda mais em um país com enormes e urgentes questões ambientais como o Brasil.

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Esta semana na FoPAP: simulando a terapia psicodélica

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Depois de semanas estudando importantes manuais terapêuticos de psicodélicos – incluindo conversas com os profissionais que os desenvolveram – nesta semana a turma da FoPAP irá botar a mão na massa e interpretar situações possíveis dentro do consultório, no chamado “roleplay”.

Para isso, os estudantes da Formação em Pesquisa com Psicoterapia Assistida por Psicodélicos vão encenar situações prototípicas das PAPs em cenas específicas. As cenas incluem momentos da fase da preparação das terapias, da sessão com medicamentos de fato e da integração das experiências, que acontece depois. O grupo se dividirá em duas turmas, uma na terça e outra na quinta, para fazer o exercício.

Essas encenações são úteis no treinamento de novos profissionais que possam atender pacientes em pesquisas. Quanto mais familiarizados os terapeutas estiverem com situações desafiadoras ou inusitadas, melhor poderão auxiliar os pacientes. Para tanto, a turma irá colocar em prática a teoria que vem estudando nos últimos meses. A ideia é cristalizar o conhecimento adquirido ao longo do primeiro semestre da Formação.

Durante as encenações, os alunos serão observador por terapeutas que já têm experiência clínica em tratamentos psicodélicos – e que inclusive participaram este ano do MDMA Therapy Training Program, da @mapsnews -, como o diretor do Instituto Phaneros Thales Caldonazo, a psicóloga Paula Azem, o médico Ronaldo Azem, a médica Fátima Caldas e Ana Paula Caldas. Nos encontros seguintes, receberão feedback e orientações para aperfeiçoar os cuidados.

A FoPAP oferecerá, ao longo de 18 meses, atividades individuais e em grupo, online e presenciais, incluindo aulas teóricas, apresentação de casos clínicos, role-play, leituras e produção de material intelectual reflexivo sobre aspectos teóricos e práticos da Psicoterapia Assistida por Psicodélicos. O objetivo é capacitar profissionais de saúde que participarão de estudos clínicos e colaborarão com pesquisas científicas sobre o assunto.

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Esta semana na comunidade: Sandplay na integração

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Os encontros da Comunidade Phaneros 2022 seguem a todo vapor. Esta semana, daremos início a um eixo central do grupo de estudo: a compreensão e o estudo de diferentes linhas terapêuticas e suas potenciais colaborações para a terapia psicodélica. O foco da aula desta terça-feira, dia 6 de maio, é a técnica conhecida por Sandplay. Para isso, o Instituto Phaneros convidou uma de suas alunas da Formação em Pesquisa com Psicoterapia Assistida por Psicodélicos (FoPAP), Mercedes Elena Gutiérrez Ávila, especialista na técnica.

Baseado nos conceitos teóricos do psicanalista austríaco Carl Gustav Jung, o Sandplay é uma técnica não-verbal para facilitar o acesso ao inconsciente do paciente. Com a ajuda de uma caixa de areia, o paciente pode manipular seu conteúdo, desenhar sobre ele, molhá-lo, manuseá-lo e até acrescentar objetos em miniatura de sua escolha. A análise então é feita sobre a imagem criada ao final, uma vez que, de acordo com Jung, nosso inconsciente é permeado por símbolos, que podem vir à tona por meio desse exercício. 

O Sandplay pode ser interessante, por exemplo, para quem tem dificuldade em se expressar por meio de palavras – por isso, é usado com frequência também nas terapias com crianças. Seu efeito é frequentemente tranquilizador e relaxante, conduzindo a um estado contemplativo, o que também é uma vantagem para pessoas passando por situações de estresse ou com problemas de impulsividade.

O encontro faz parte do bloco de estudos chamado “Psicoterapia, Preparação e Integração” da Comunidade, no qual se espera que os membros entrem em contato com as práticas terapêuticas mais estabelecidas e comecem a se aprofundar na interação entre psicodélicos e psicoterapia. Para esse fim, a troca com profissionais que já atuam na área e que têm vivências clínicas se torna um elemento de aprendizagem importante.

Ao longo do ano, a Comunidade oferecerá 35 encontros, sempre às terças-feiras, com visitas de alguns dos maiores especialistas do assunto no Brasil e no mundo. Neles, serão discutidos artigos científicos, filmes, livros e documentários sobre o universo dos psicodélicos e suas aplicações para a saúde mental.

 

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Esta semana na Comunidade: uma conversa com Franklin King

Comunidade Phaneros

Para o encontro desta semana na Comunidade Phaneros 2022, o Instituto facilitou a presença de mais um convidado internacional: o médico Franklin King, psiquiatra no Massachusetts General Hospital @massgeneral, e instrutor em psiquiatria na Harvard Medical School @harvardmed.

O Dr. King atua como Diretor de Educação e Treinamento no Centro de Neurociência de Psicodélicos de Harvard, no qual está envolvido em projetos de extensão em educação em psicodélicos e psicoterapias assistidas por psicodélicos (PAPs) para grupos de médicos e residentes. Além disso, participa de um projeto de pesquisa em Psicoterapia Assistida por MDMA para o tratamento de transtorno do estresse pós-traumático em veteranos de guerra, e atua como co-investigador em um estudo envolvendo Psicoterapia Assistida por psilocibina, que em breve será iniciado no Massachusetts General Hospital. 

Ele é mais um dos especialistas formados pelo treinamento em PAP dos nossos colaboradores da @mapsnews. Franklin conheceu o presidente do Instituto Phaneros, o neurocientista Eduardo Schenberg, pessoalmente em fevereiro de 2022, em um encontro em Cambridge, na Inglaterra, para discutir possíveis parcerias.

O encontro faz parte do bloco de estudos chamado “Psicoterapia, Preparação e Integração” da Comunidade, no qual se espera que os membros entrem em contato com as práticas terapêuticas mais estabelecidas e comecem a se aprofundar na interação entre psicodélicos e psicoterapia. Para esse fim, a troca com profissionais que já atuam na área e que têm vivências clínicas se torna um elemento de aprendizagem importante.

Ao longo do ano todo, os participantes irão se familiarizar ainda mais com os cenários da pesquisa psicodélica. Ao todo, serão 35 encontros em 2022, sempre às terças-feiras, com visitas de alguns dos maiores especialistas do assunto no Brasil e no mundo. Neles, serão discutidos artigos científicos, filmes, livros e documentários sobre o universo dos psicodélicos e suas aplicações para a saúde mental.

 

Instituto Phaneros.

Esta semana na FoPAP: o manual de psicoterapia assistida por MDMA

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Esta semana, os participantes da primeira turma da Formação em Pesquisa com Psicoterapia Assistida por Psicodélicos (FoPAP) vão dar início a uma parte crucial de seus estudos: a leitura de manuais terapêuticos elaborados por centro de pesquisa psicodélica, que orientam a melhores práticas éticas e procedimentais para atender pacientes. A iniciação no tema se dará pela leitura do manual dos nossos colaboradores da @mapsnews, um dos mais respeitados centros de pesquisa do mundo.

Para isso, o encontro desta quinta-feira contará com a participação de dois convidados mais do que especiais: o casal Michael e Annie Mithoefer, que lideraram os estudos clínicos em Fase 2 publicados no passado com MDMA para tratar casos graves de transtorno pós-traumático e lideraram a elaboração do manual terapêutico. Com a experiência de quem acompanhou pacientes e pôde testemunhar o seu avanço (o estudo da MAPS concluiu que o MDMA foi eficaz para dois terços dos voluntários), Michael e Annie vão trocar impressões e aprendizagens com os alunos da FoPAP.

A ideia é que os convidados possam abordar alguns dos aspectos mais importantes de uma sessão de Psicoterapia Assistida por Psicodélicos (PAP): os princípios essenciais, o papel dos terapeutas, o que fazer e o que evitar, a diferença entre esse tipo de tratamento e os métodos tradicionais de psicoterapia, as nuances de acompanhar pacientes sob efeitos de psicodélicos e os detalhes que podem parecer desimportantes, mas que não devem passar despercebidos aos olhos dos terapeutas. A aula será acompanhada por Eduardo Schenberg, presidente do Instituto Phaneros.

A FoPAP oferecerá, ao longo de 18 meses, atividades individuais e em grupo, online e presenciais, incluindo aulas teóricas, apresentação de casos clínicos, role-play, leituras e produção de material intelectual reflexivo sobre aspectos teóricos e práticos da Psicoterapia Assistida por Psicodélicos. O objetivo é capacitar profissionais de saúde que participarão de estudos clínicos e colaborarão com pesquisas científicas sobre o assunto.