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Os brasileiros que irão se especializar em terapias com MDMA

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Desembarca esta semana nos EUA o segundo grupo de terapeutas que terá a oportunidade de participar do curso de formação de terapeutas especializados em Psicoterapia Assistida por Psicodélicos nos nossos parceiros da @mapsnews. No total, serão seis terapeutas brasileiros que irão concluir o “MDMA Therapy Training Program” (Programa de Treinamento em Terapia com MDMA) – entre eles, o diretor do Instituto Phaneros Thales Caldonazo, e outros cinco parceiros de notória experiência terapêutica.

Este é o segundo grupo de brasileiros que irá participar da atividade por meio da parceria estabelecida entre o Phaneros e a MAPS. A primeira leva aconteceu ainda em 2016, com a participação do presidente e principal investigador do Instituto, Eduardo Schenberg, PhD @ee_schenberg; o casal de terapeutas @doravjardim1 e @aljardim; e o médico @brc61. Este ano, fazem parte do time as médicas @fatima_caldas e @anapaulacaldas77, as psicólogas @paulac.azem_psi e @ayuremah e o médico @azem.ronaldo. 

Foi a partir dessa aproximação inicial que o Phaneros pôde dar prosseguimento ao seu próprio estudo clínico focado em tratar traumas com MDMA. Em 2017, foi concluída a importação da substância com anuência da ANVISA, e os primeiros pacientes receberam atendimento em 2018. Os resultados da pesquisa foram publicados na Revista Brasileira de Psiquiatria em 2020 e renderam também um editorial na mesma revista sobre os psicodélicos na psiquiatria.

A ideia é que a nova turma se torne supervisores de outros facilitadores especializados em PAP no Brasil, especialmente dos 50 participantes da primeira turma da Formação em Pesquisa com Psicoterapia Assistida por Psicodélicos (FoPAP), do Instituto Phaneros, que teve início em fevereiro deste ano. 

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University College London e Instituto Phaneros: além da neuroimagem

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O encontro do presidente do Instituto Phaneros, Eduardo Schenberg, PhD, com representantes da universidade britânica UCL (University College London) foi frutífero. Eduardo foi à capital inglesa na semana passada para acertar os detalhes do projeto de pesquisa sendo elaborado pelas duas instituições – e voltou de lá cheio de novidades.

A principal delas diz respeito ao foco do estudo: as pesquisas em neuroimagem para observar os efeitos da psicoterapia assistida por psicodélicos (PAP) sobre o cérebro humano. Para além das imagens, Eduardo e seus colegas pretendem também estender o escopo metodológico, possivelmente incluindo análises de áudio e vídeo. A ideia é observar o discurso dos pacientes durante as experiências. Isso inclui, por exemplo, analisar os tipos de palavras utilizadas, a maneira como estruturam suas sentenças, o tom e as emoções contidas na voz. 

Outra novidade sendo debatida é a possibilidade de incluir modernos aplicativos de acompanhamento de longo prazo para os voluntários. Esse tipo de ferramenta é útil para compilar dados de comportamento, humor e emoções dos participantes por meses após as sessões de psicoterapia. O importante é que esses aplicativos – que já são usados pela UCL em outras pesquisas – garantam a confidencialidade dos dados e dos pacientes por meio de criptografia avançada.

Para que seja feita a coleta da neuroimagem no Brasil, o Instituto Phaneros também está em negociações avançadas com um importante centro de pesquisa brasileiro, com o qual também será organizado um evento conjunto, possivelmente em junho, com as verbas já concedidas pelo Global Engagement Fund da UCL.

O UNITy-Project (ou Understanding Neuroplasticity Induced by Tryptamines) da UCL anunciou a parceria com o Phaneros em 26 de janeiro de 2022 com destaque para o trabalho do Instituto e, em especial, para a carreira de Eduardo. “Eduardo Schenberg traçou um caminho acadêmico sólido na interface entre psicologia, psiquiatria e neurociências. Agora é trabalhar para a nova proposta de financiamento cobrir os vários custos destes estudos!

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Parceria entre University College London e o Instituto Phaneros

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Nesta semana, a parceria entre a prestigiosa universidade britânica UCL (University College London) e o Instituto Phaneros avança mais alguns passos. O presidente do Instituto, Eduardo Schenberg, PhD, desembarca em Londres para uma série de encontros que irão debater os detalhes do projeto de pesquisa em elaboração pelas duas instituições

O contato é com o time de neuroimagem da UCL e a ideia é poder trazer a pesquisa com esse recurso também para o Brasil. O objetivo é poder observar os efeitos da psicoterapia assistida por psicodélicos sobre o cérebro humano. O Instituto Phaneros pretende trabalhar com outro importante centro de pesquisa brasileiro neste projeto, e reuniões acontecerão esta semana

O UNITy-Project (ou Understanding Neuroplasticity Induced by Tryptamines) da UCL anunciou a parceria com o Phaneros em 26 de janeiro de 2022 com destaque para o trabalho do Instituto e, em especial, para a carreira de Eduardo. “Eduardo Schenberg traçou um caminho acadêmico sólido na interface entre psicologia, psiquiatria e neurociências. Ele tocou e participou de importantes estudos sobre os efeitos dos psicodélicos na mente e no cérebro humano, incluindo um estudo de eletroencefalografia e ayahuasca e o primeiro estudo de neuroimagem sobre os efeitos do LSD em humanos”, diz o texto.

O foco da parceria será o estudo da função cerebral de pacientes em tratamentos que utilizam Psicoterapia Assistida por Psicodélicos (ou PAP). “Ainda estamos bem no começo do processo, que promete ser interessante. Queremos analisar as neuroimagens de pacientes antes e depois de terem participado de sessões de Psicoterapia Assistida por Psicodélicos”, explica Eduardo. 

O UNITy vai usar ressonância magnética para visualizar o cérebro humano durante experiências com dimetiltriptamina (DMT), talvez na maior amostra jamais realizada. A ideia é avaliar em seguida as mudanças nas redes cerebrais, na cognição, no comportamento e no bem-estar dos participantes. A parceria com o Brasil vai expandir os dados do University College London para outras substâncias e dados de pacientes de diversos transtornos a serem tratados no Brasil. 

 

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Esta semana na FoPAP: Música, por favor!

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A primeira turma da nossa Formação em Pesquisa com Psicoterapia Assistida por Psicodélicos (FoPAP) já está avançando a pleno vapor. Esta semana, os alunos começarão a desenvolver um trabalho sobre uma questão essencial dentro das PAPs: a música.

Na aula desta quinta-feira, 17/03, Eduardo Schenberg, PhD, neurocientista, e Thales Caldonazo, físico e psicólogo, darão o pontapé inicial para que cada aluno desenvolva uma playlist que possa ser usada para auxiliar uma sessão de PAP. A atividade se estenderá por três aulas, e a ideia é que os alunos terminem os encontros com uma playlist de 7 horas finalizada, que será construída coletivamente, com os comentários e sugestões dos colegas.

Serão discutidos que tipos de músicas são mais adequadas para estimular uma experiência psicodélica favorável para a terapia – assim como as menos indicadas. Saber calibrar a ordem e a intensidade das músicas para que conversem com o ponto da experiência psicodélica é outro desafio encontrado na hora de desenvolver playlists para esse fim. Os diretores irão explicar também quais os melhores equipamentos de som para o momento.

A música é parte crucial de uma sessão de PAP – tanto que alguns especialistas a chamam de “o terapeuta oculto” da ciência psicodélica. A trilha sonora pode influenciar o clima da experiência, estimular memórias nos pacientes e até mesmo ter impactos sobre a eficácia dos tratamentos. No geral, preza-se que a trilha sonora seja mais ou menos uniforme para todos os participantes, embora os pacientes possam pedir para incluir músicas que sejam relevantes para o seu desenvolvimento como pessoa ou que tenham marcado momentos de suas vidas.

A FoPAP oferecerá, ao longo de 18 meses, atividades individuais e em grupo, online e presenciais, incluindo aulas teóricas, apresentação de casos clínicos, role-play, leituras e produção de material intelectual reflexivo sobre aspectos teóricos e práticos da Psicoterapia Assistida por Psicodélicos. O objetivo é capacitar profissionais de saúde que participarão de estudos clínicos e colaborarão com pesquisas científicas sobre o assunto.

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Esta semana na Comunidade Phaneros: o que são, afinal, os psicodélicos?

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Depois do pontapé inaugural da nossa Comunidade Phaneros 2022, no início de março, começamos esta semana com a leitura e discussão de conteúdos. Nesta terça-feira, a discussão será liderada por Eduardo Schenberg, neurocientista e presidente do instituto.

O foco será o artigo científico “Psychedelics”, publicado em janeiro de 2022, por Benjamin Kelmendi, Alfred P. Kaye, Christopher Pittenger e Alex C. Kwan, todos filiados ao departamento de psiquiatria da prestigiosa Universidade Yale, nos EUA. Na publicação, os autores fazem um breve panorama sobre a química, as características, os efeitos sobre o cérebro, as simulações em modelos animais, e o potencial terapêutico dos psicodélicos – um conteúdo crucial para o começo da caminhada que será feita ao longo de todo 2022.

“Estamos em uma encruzilhada interessante na pesquisa psicodélica. Por um lado, há enorme otimismo e entusiasmo, motivados por resultados positivos em pesquisas pequenas e cuidadosas no campo dos distúrbios de humor. Por outro lado, é preciso reconhecer que o trabalho existente até hoje ainda é preliminar e necessita de validação por estudos robustos, de diversas instituições”, escrevem os autores do artigo. 

É essa empolgação e cautela que deverá guiar a Comunidade Phaneros 2022, para que seus membros possam contribuir para um fazer científico rigoroso e responsável. Ao todo, serão 35 encontros semanais, liderado por Schenberg e Thales Caldonazo, físico e psicólogo, e com visitas de alguns dos maiores especialistas do assunto no Brasil e no mundo. Neles, serão discutidos artigos científicos, filmes, livros e documentários sobre o universo dos psicodélicos e suas aplicações para a saúde mental.

Ficou interessado em participar? Ainda dá tempo! Estamos nos últimos dias de inscrição – depois, só no ano que vem! Clique no link da bio e garanta a sua vaga!

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Está formada a primeira turma da Formação em Pesquisa em Psicoterapia Assistida por Psicodélicos!

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Chegou a hora que todos estavam esperando. É com grande alegria que podemos dizer: a primeira turma para a Formação em Pesquisa em Psicoterapia Assistida por Psicodélicos (FoPAP) acaba de ser formada! Foram 163 inscritos de todo o país que estavam concorrendo às 50 vagas disponíveis.

A FoPAP, que vai formar pesquisadores para se especializar e acompanhar sessões de Psicoterapia Assistida por Psicodélicos, é a primeira do seu tipo no Brasil. Ela se inicia em fevereiro e terá a duração de 24 meses.

Entre os selecionados estão terapeutas de 12 cidades do país: São Paulo, Rio de Janeiro, Porto Alegre, Brasília, Belo Horizonte, Florianópolis, Ribeirão Preto, Campinas, Piracicaba, Santos, Ilhabela e Mogi das Cruzes.

Nos orgulhamos também em dizer que os 50 selecionados formarão uma turma diversa: são 25 mulheres e 25 homens. Há médicos, psiquiatras, psicoterapeutas e psicólogos no grupo. A aluna mais jovem é uma psicóloga de Porto Alegre de 25 anos, enquanto o mais experiente é um psiquiatra de 70 anos de São Paulo. São profissionais com histórias e bagagens diversas, formando duplas com conhecimentos complementares para atender um total de 75 pacientes.

Pelos próximos dois anos, a turma vai se aprofundar no funcionamento dos psicodélicos no cérebro, entender seu contexto histórico e social, aprender sobre seus potenciais usos terapêuticos – e o mais importante: poderá tratar pacientes e acompanhar estudos clínicos de ponta que serão conduzidos aqui no Brasil.

Mal podemos esperar para receber os selecionados! E para aqueles que se inscreveram, o nosso mais sincero obrigado. Fiquem ligados nas nossas redes para acompanhar mais novidades sobre a FoPAP.

 

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University College London aprova verba para parceria com o Instituto Phaneros

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Acabou de ser aprovado na prestigiosa universidade britânica UCL (University College London) um projeto de financiamento de pesquisa em neuroimagem com psicodélicos. 

O UNITy-Project (ou Understanding Neuroplasticity Induced by Tryptamines) anunciou o resultado em 26 de janeiro de 2022 com destaque para o trabalho do Instituto e, em especial, para a carreira acadêmica de seu diretor, Eduardo Schenberg, PhD. “Eduardo Schenberg traçou um caminho acadêmico sólido na interface entre psicologia, psiquiatria e neurociências. Ele tocou e participou de importantes estudos sobre os efeitos dos psicodélicos na mente e no cérebro humano, incluindo um estudo de eletroencefalografia e ayahuasca e o primeiro estudo de neuroimagem sobre os efeitos do LSD em humanos”, diz o texto.

O foco da parceria será o estudo da função cerebral de pacientes em tratamentos que utilizam Psicoterapia Assistida por Psicodélicos (ou PAP). “Ainda estamos bem no começo do processo, que promete ser interessante. Queremos analisar as neuroimagens de pacientes antes e depois de terem participado de sessões de Psicoterapia Assistida por Psicodélicos. Agora, com a verba inicial aprovada, vamos trabalhar para desenvolver detalhes desta parceria, que levará alguns anos para ser implementada e executada em ambos os países”, explica Eduardo. 

O UNITy vai usar ressonância magnética para visualizar o cérebro humano durante experiências com dimetiltriptamina (DMT), talvez na maior amostra jamais realizada. A ideia é avaliar em seguida as mudanças nas redes cerebrais, na cognição, no comportamento e no bem-estar dos participantes. A parceria com o Brasil vai expandir os dados do UNITy para outras substâncias e dados de pacientes de diversos transtornos a serem tratados no Brasil. 

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Chamada para aplicação de bolsas FoPAP:

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O Instituto Phaneros irá disponibilizar duas bolsas parciais para participação na primeira turma da Formação em Pesquisa com Psicoterapia Assistida por Psicodélicos!

De acordo com nossa política de responsabilidade social, estamos abrindo o Processo Seletivo para duas bolsas parciais (desconto de 25% na mensalidade) na FoPAP. Uma das vagas oferecidas é na cidade de São Paulo – SP, e a outra em Florianópolis – SC. As bolsas são exclusivas para estas cidades, pois os atendimentos funcionam em duplas e precisamos completar uma dupla em cada uma destas cidades que está com número ímpar de alunos.

Atualmente, o custo da formação é de 24 parcelas de R$2.200 (já incluindo hospedagem nos módulos presenciais e supervisão clínica), com o desconto, você poderá pagar parcelas deR$1.650,00 se optar pelo pagamento mensal.

Os critérios que adotamos para a escolha dos bolsistas são uma combinação de aspectos socioeconômicos, de diversidade e também a atuação profissional de cada aplicante, lembrando que o objetivo das bolsas é apoiar a inclusão social diversa e plural.

A inscrição no Processo Seletivo é gratuita, e tem duas etapas:
-Preenchimento do formulário
-Envio de documento com Curriculum Vitae e carta de apresentação

Para acessar o formulário, basta enviar uma DM que te enviaremos o link. Ao término do preenchimento, você encontrará as instruções para envio do CV. Leia com muita atenção todas as instruções para que não falte nenhuma etapa na sua inscrição!

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Evento psicodélico do NIH olhou para os maiores desafios da área

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O NIH, ou National Institutes of Health, o maior órgão público de pesquisa médica e científica dos EUA, organizou na semana de 10 a 14 de janeiro de 2022 uma série de eventos e debates sobre o futuro dos tratamentos psicodélicos. Os encontros, promovidos virtualmente, reuniram alguns dos maiores especialistas norte-americanos e europeus no assunto, e olharam para temas delicados e ainda inconclusivos dentro do ramo.

Entre os convidados estavam Matthew W. Johnson, professor da Universidade Johns Hopkins, que estuda a ação dos cogumelos mágicos; Gabriella Gobbi, psiquiatra da Universidade McGill; Franz X. Vollenweider, diretor do centro de pesquisa psiquiátrica da Universidade de Zurich e Jennifer Mitchell, primeira autora do estudo em Fase 3 de MDMA para tratar estresse pós-traumático que foi publicado na Revista Nature Medicine em 2021. O público era formado por mais de 4 mil pesquisadores e interessados de todos os continentes. Entre eles, o diretor do Instituto Phaneros, Eduardo Schenberg, PhD.

Para Eduardo, a iniciativa serviu para mostrar a importância do financiamento público para a transformação da pesquisa psicodélica, além de consolidar a maturidade da ciência feita na área. Segundo ele, porém, ainda há debates importantes que devem ocupar os especialistas pelos próximos anos. “Há controvérsias enormes ainda sobre se os efeitos subjetivos dos psicodélicos são necessários ou não no tratamento, por exemplo. Ou qual é a melhor maneira de preparar os pacientes para as expectativas e possíveis frustrações. Ou se psicodélicos sequer deveriam continuar sendo chamados assim ou se deveriam levar um novo nome, mais especifico, como defenderam alguns pesquisadores no evento”, disse.

Ainda que as questões persistam, os painéis organizados pela NIH foram de altíssimo nível e representaram o que de mais atual vem sendo feito na área. O simples fato de a maior agência norte-americana ter dedicado um evento inteiro aos psicodélicos, aliás, já indicam como o debate nesse tema amadureceu.

 

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Novo artigo de Eduardo Schenberg debate direitos indígenas na Renascença Psicodélica

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Acaba de ser publicado na revista Transcultural Psychiatry um novo artigo do diretor do Instituto Phaneros, Eduardo Schenberg, juntamente com o advogado Konstantin Gerber. “Superando as injustiças epistêmicas no estudo biomédico da ayahuasca: rumo a uma regulamentação ética e sustentável” discorre sobre um aspecto ainda pouco explorado na Revolução Psicodélica: o valor dos conhecimentos indígenas, que usam psicodélicos há milhares de anos, sobre o desenvolvimento de pesquisas, remédios e tratamentos com essas substâncias.

As tais “injustiças epistêmicas” dizem respeito à maneira como cientistas costumam tratar os povos tradicionais: como se não fossem capazes de criar e compartilhar conhecimentos válidos. Será que o conhecimento só pode ser alcançado por meio de testes duplo cegos, teorias moleculares e avaliações estatísticas de segurança? Tudo o que os povos indígenas brasileiros, peruanos e colombianos – que utilizam a ayahuasca em seus rituais e como plantas de cura – sabem sobre o chá alucinógeno deve ser jogado fora?

O artigo também propõe que novas regulações relativas à ayahuasca passem pelo consentimento e controle das sociedades indígenas. Isso é especialmente importante para evitar, por exemplo, que grandes farmacêuticas internacionais consigam isolar e patentear alguma molécula da ayahuasca a fim de lucrar com ela. 

Segundo a Convenção Sobre a Diversidade Biológica das Nações Unidas, em casos assim, os povos tradicionais também devem ser recompensados com o lucro oriundo dos novos tratamentos. No caso da ayahuasca isso se torna ainda mais evidente uma vez que o chá é elaborado a partir de uma mistura de plantas originárias da Amazônia. Quem foi, afinal, que teve a ideia para essa receita e continuamente ensina o mundo inteiro a prepará-la e usá-la?

“Povos indígenas têm o direito de manter, controlar, proteger e desenvolver sua herança biocultural, seu conhecimento tradicional e suas expressões culturais, incluindo práticas médicas”, escreveram Eduardo e Konstantin, ambos doutores por renomadas universidades brasileiras, o primeiro em neurociência e o segundo em direito.