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A importância da diversidade nos estudos com psicodélicos

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Poucos assuntos andam tão aquecidos no mundo da psiquiatria quanto as terapias psicodélicas. Há um aspecto nos estudos feitos com essas substâncias, porém, que ainda está deixando a desejar: o perfil etnográfico e social dos voluntários. 

Já é sabido há décadas que boa parte dos transtornos mentais – como dependência em álcool, estresse pós-traumático ou depressão – têm incidência maior entre grupos raciais e sociais minoritários, como populações pobres, negras e indígenas. Ainda assim, a maior parte dos participantes de estudos psicodélicos segue sendo branca. 

Essa distorção foi tema de um artigo publicado no site da Universidade Wisconsin-Madison. Para lidar com o problema, três pesquisadores da Universidade, Cody Wenthur, Paul Hutson e Olayinka Shiyanbola, estão liderando um projeto de pesquisa com o intuito de aumentar a representatividade em estudos clínicos. 

“À medida que drogas ainda consideradas ilegais, como os psicodélicos, estão entrando nos estudos clínicos, temos de reconhecer as dinâmicas sociais envolvidas no consumo de drogas e identificar que certos grupos demográficos passam por um escrutínio legal muito maior do que a maioria da população”, disse Cody Wenthur. Ele se refere, é claro, à perseguição, e encarceramento desproporcional de populações negras e periféricas, por exemplo. 

No Brasil, a situação é particularmente importante dada a alta prevalência de transtornos entre indígenas, de onde grande parte do conhecimento sobre plantas, como a ayahuasca se origina. Essas sociedades, porém, não vêm sendo incluídas nos estudos feitos em universidades brasileiras.

No Instituto Phaneros estamos começando a desenhar nossas estratégias de acessibilidade e justiça social para contribuir com soluções a estas questões.

Leia o artigo completo em https://bit.ly/PHANEROS-A333

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Uma visão global das pesquisas com psicodélicos

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Quais são as cinco grandes perguntas que devem ser respondidas para que a regulamentação da medicina psicodélica se torne uma realidade?

Na semana passada, abrimos o módulo de Estágio Clínico da FoPAP, justamente com esse tema: de que maneira as pesquisas científicas têm abordado as questões fundamentais para que as Psicoterapias Assistidas por Psicodélicos (PAPs) possam um dia ser regulamentadas e oferecidas por serviços de saúde públicos e privados?

O convidado para debater o assunto foi o Dr. Charles Raison, psiquiatra e diretor de pesquisa clínica e translacional do Usona Institute, um dos centros de pesquisa psicodélicos mais influentes do mundo. Charles é professor na Escola de Ecologia Humana do departamento de Psiquiatria da Universidade de Wisconsin, nos EUA. Ele tem mais de 100 artigos científicos publicados, que já receberam mais de 14.000 citações.

Ele apontou que uma das incógnitas mais relevantes diz respeito à eficácia das PAPs. Qualquer tratamento novo que envolve diversos atores sociais precisa ser avaliado e aprovado pelos órgãos sanitários responsáveis, como a Anvisa aqui no Brasil ou o FDA, nos EUA.

As outras perguntas centrais são: 1. Quais são os transtornos mentais mais indicados para serem tratados com PAPs? 2. Será que os psicodélicos serão indicados como complemento a remédios que já existem, ou será que devem ser ingeridos sozinhos? 3. A PAP é mais parecida com terapia ou com antidepressivos tradicionais? e 4. Será que existe algum psicodélico mais eficaz do que os outros?

Os protocolos desenvolvidos aqui no Instituto Phaneros fazem parte de esforços globais no desenvolvimento desse campo de pesquisa e, em breve, os profissionais em treinamento na primeira turma da FoPAP iniciarão os atendimentos de voluntários para nossas pesquisas científicas. Se você quer está pronto para participar de um programa de formação intenso, que exige comprometimento, senso crítico e rigor ético, participe do processo seletivo para a próxima turma da FoPAP!

Clique agora no link https://bit.ly/fopap2023, as inscrições foram prorrogadas até o próximo dia 07/11.

plantas psicodélicas

Na Comunidade: conhecendo plantas psicodélicas

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Continua essa semana a série de encontros com o antropólogo e etnobotânico Pedro Luz, autor do livro “Carta Psiconáutica” na Comunidade Phaneros 2022. Nesta terça, Pedro vai se aprofundar em mais algumas importantes espécies de plantas enteógenas, usando como base sua experiência em campo na Amazônia, além de seu conhecimento técnico.

Pedro pesquisou o papel das plantas psicoativas entre grupos indígenas no Norte, Nordeste e Centro-Oeste do Brasil. Durante uma estadia de um ano e quatro meses entre os Hüpda, povo tradicionalmente coletor-caçador do noroeste amazônico, registrou o uso sacramental de 22 espécies botânicas e a utilização de por volta de 700 espécies em ritos xamânicos de cura. 

No encontro com a Comunidade, o especialista vai esmiuçar o uso tradicional de um cacto mescalínico originário da América do Sul, o Trichocereus pachanoi, uma espécie ornamental que pode ser encontrada à venda em lojas de paisagismo ou pela internet. Conhecido como Cacto São Pedro ou “Wachuma” (que significa “ébrio e consciente” em quéchua) ele já tem uma cena de uso psiconáutico robusta entre nós. 

Entre muitas outras espécies, Pedro vai também apresentar algumas plantas utilizadas no feitio de “paricás”, ou o rapé de paricá, como  a Anadenanthera spp e a Virola spp. Preparado à base de plantas pulverizadas que contém dimetil-triptamina, esse rapé é de uso tradicional no Brasil e  está começando a ser usado recreativamente pelas suas características psicodélicas. O encontro promete.

Ao longo do ano, a Comunidade oferecerá 35 encontros, sempre às terças-feiras, com visitas de alguns dos maiores especialistas do assunto no Brasil e no mundo. Neles, serão discutidos artigos científicos, filmes, livros e documentários sobre o universo dos psicodélicos e suas aplicações para a saúde mental.

Claudia Schwarz-Plaschg

Imaginando e construindo cenários para a legalização dos psicodélicos nos EUA

 

Claudia Schwarz-Plaschg

A Comunidade Phaneros 2022 vai receber mais uma convidada internacional de primeira linha no encontro desta semana. A conversa será com Claudia Schwarz-Plaschg, pesquisadora da Universidade de Viena, na Áustria, e da Universidade Harvard, EUA. Excepcionalmente, o encontro acontecerá de manhã esta semana, às 9h, horário de Brasília.

Claudia trabalha com o uso de psicodélicos para tratar saúde mental, mas por um viés sociopolítico, que envolve analisar de que maneiras novas tecnologias são recebidas pelo governo, pela sociedade e pela comunidade científica. O tema de sua fala para a Comunidade será “Socio-psychedelic Imaginaries: Envisioning and Building Legal Psychedelic Worlds in the United States” (“Imaginários socio-psicodélicos: visualizando e construindo mundos psicodélicos legais nos Estados Unidos”). 

Para além das nuances mais estruturais, Claudia também analisa o fenômeno das Psicoterapias Assistidas por Psicodélicos (PAPs) por uma lente de gênero, feminismo e justiça social. Ela também é interessada em entender de que maneira ciência e espiritualidade compõem a realidade de quem se trata com esse tipo de substância.

Claudia Schwarz-Plaschg vêm de um background de estudos diversos. Formada em comunicação e sociologia, aos poucos a austríaca foi se aproximando dos estudos da ciência e tecnologia, por um viés não-médico. Seu foco costuma ser nos impactos que as tecnologias têm sobre a sociedade e a vida das pessoas.

Depois da apresentação de Claudia, os alunos terão a oportunidade de tirar dúvidas e levantar questões, para que o encontro se torne um debate e uma troca de ideias. Ao longo do ano, a Comunidade oferecerá 35 encontros, sempre às terças-feiras, com visitas de alguns dos maiores especialistas do assunto no Brasil e no mundo. Neles, serão discutidos artigos científicos, filmes, livros e documentários sobre o universo dos psicodélicos e suas aplicações para a saúde mental.

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Esta semana na FoPAP: Música, por favor!

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A primeira turma da nossa Formação em Pesquisa com Psicoterapia Assistida por Psicodélicos (FoPAP) já está avançando a pleno vapor. Esta semana, os alunos começarão a desenvolver um trabalho sobre uma questão essencial dentro das PAPs: a música.

Na aula desta quinta-feira, 17/03, Eduardo Schenberg, PhD, neurocientista, e Thales Caldonazo, físico e psicólogo, darão o pontapé inicial para que cada aluno desenvolva uma playlist que possa ser usada para auxiliar uma sessão de PAP. A atividade se estenderá por três aulas, e a ideia é que os alunos terminem os encontros com uma playlist de 7 horas finalizada, que será construída coletivamente, com os comentários e sugestões dos colegas.

Serão discutidos que tipos de músicas são mais adequadas para estimular uma experiência psicodélica favorável para a terapia – assim como as menos indicadas. Saber calibrar a ordem e a intensidade das músicas para que conversem com o ponto da experiência psicodélica é outro desafio encontrado na hora de desenvolver playlists para esse fim. Os diretores irão explicar também quais os melhores equipamentos de som para o momento.

A música é parte crucial de uma sessão de PAP – tanto que alguns especialistas a chamam de “o terapeuta oculto” da ciência psicodélica. A trilha sonora pode influenciar o clima da experiência, estimular memórias nos pacientes e até mesmo ter impactos sobre a eficácia dos tratamentos. No geral, preza-se que a trilha sonora seja mais ou menos uniforme para todos os participantes, embora os pacientes possam pedir para incluir músicas que sejam relevantes para o seu desenvolvimento como pessoa ou que tenham marcado momentos de suas vidas.

A FoPAP oferecerá, ao longo de 18 meses, atividades individuais e em grupo, online e presenciais, incluindo aulas teóricas, apresentação de casos clínicos, role-play, leituras e produção de material intelectual reflexivo sobre aspectos teóricos e práticos da Psicoterapia Assistida por Psicodélicos. O objetivo é capacitar profissionais de saúde que participarão de estudos clínicos e colaborarão com pesquisas científicas sobre o assunto.

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Journal Club: aprofundando a Integração Psicodélica

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Nesta semana, o encontro usual da Comunidade Phaneros dará continuidade ao tema da “Integração”. O tópico já foi abordado em um Journal Club no início de setembro, o que rendeu debates riquíssimos e a ideia para uma segunda rodada. Desta vez, os mais de 400 membros  do nosso grupo de estudos sobre psicodélicos decidiram analisar um artigo que aborda a integração a partir da perspectiva do Internal Family Systems (IFS, ou Sistema Familiares Internos, em tradução livre).

Esse modelo de psicoterapia foi criado pelo norte-americano Richard Schwartz e trabalha as diferentes partes do sujeito a partir de uma coordenação central de um Self com características bem definidas. A proposta é estabelecer diálogos e conciliações entre partes cindidas e exiladas, com partes protetoras, de forma harmônica, de maneira que todas atendam suas necessidades sem “monopolizar” a psique.

Para contribuir nessa conversa  sobre  IFS e Psicoterapia Assistida por Psicodélicos, teremos conosco Karin Grunwald e Antônio Pedro Goulart, facilitadores de respiração holotrópica e especialistas em Internal Family Systems. Os espectadores certamente sairão com novos insights e terão a oportunidade de tirar dúvidas diretamente com os convidados, que têm vasta  experiência na integração de vivências com estados não-ordinários de consciência. 

Ficou interessado em participar das discussões incríveis da nossa comunidade? Então fique atento para o próximo período de inscrições!

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Um curso para futuros pesquisadores de psicodélicos

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A saúde mental promete ser o grande desafio do século XXI. Juntamente com a pandemia de Covid-19, estamos vivendo também uma proliferação de casos de transtornos mentais – principalmente de ansiedade, depressão e estresse pós-traumático. No Brasil, onde o vírus se alastrou de forma implacável, não é diferente. Não há quem tenha passado pelos últimos dois anos incólume – seja por medo da doença, pelo luto de uma pessoa querida, por dificuldades financeiras.

Dentro desse contexto, cresce a necessidade de novos tratamentos psiquiátricos eficazes e seguros – algo que os psicodélicos parecem estar prometendo. As pesquisas na área são bastante animadoras mas, junto com elas, surge também a demanda por profissionais qualificados para conduzi-las e acompanhar as Psicoterapias Assistidas por Psicodélicos (PAP).

Ao redor do mundo, a ideia de cursos de que formam pesquisadores especializados em PAP não é nova. Nossos parceiros da @mapsnews, por exemplo, são pioneiros no assunto. Mas há também formações organizadas pela @mind_europe, a @fluencetraining e o Usona Institute – que também colaboram com o Phaneros. 

Felizmente, o Brasil é um dos países que está desenvolvendo estudos próprios na área – com participação, inclusive, do diretor do Instituto Phaneros, Eduardo Schenberg, PhD. Para que os estudos possam continuar sendo desenvolvidos por aqui, é crucial que o país também possa contar com pesquisadores formados na área. 

Se você é profissional de saúde e quer ficar por dentro das novidades do Instituto Phaneros, assine nossa newsletter no nosso site! Você não é da área, mas conhece alguém que pode se interessar por nosso trabalho? Marque a pessoa nos comentários! 

 

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Como será o mundo do trabalho psicodélico?

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Reunião atrás de reunião, corrida por resultados, horas no trânsito, mensagens de Whatsapp no fim de semana. O ritmo do trabalho moderno é implacável: raramente se restringe aos horários combinados e contamina a vida pessoal, os dias de descanso, as horas de lazer. Dentro desse contexto, como ficaria o mundo profissional, se os psicodélicos se tornarem populares e de fácil acesso?

Foi esse o questionamento que a revista Rolling Stone fez em um artigo publicado no começo de outubro de 2021. A verdade é: a maneira como o trabalho está organizado não combina com o ritmo introspectivo, criativo, antissistema dos psicodélicos.

Por enquanto, o capitalismo vem cooptando os tratamentos. O número de empresas que vêm sendo criadas para desenvolver medicamentos, oferecer terapias alternativas, conduzir pesquisas, organizar viagens para comunidades indígenas e fornecer serviços legais relacionados aos psicodélicos não para de crescer. Ironicamente, todas elas funcionam da forma tradicional: com metas, jornadas estafantes, empresários esgotados. Isso, por si só, contradiz a própria natureza de uma viagem psicodélica, geralmente feita quando se tem tempo, dedicação e repouso.

Outro fator importante a ser observado nessa nova indústria é a forma como eles se afastam da história e da origem dos psicodélicos. Muitas das substâncias que estão virando moda nos EUA e na Europa – como a ayahuasca, os cogumelos mágicos, o peyote – vêm de sociedades indígenas não-brancas, não-capitalistas, que as utilizam dentro de experiências ritualísticas e religiosas. Nada mais distante de uma startup do Vale do Silício, digamos. 

“Inserir essas substâncias no mercado que está nascendo vai exigir muita decolonização dos líderes dessas empresas”, disse à Rolling Stone Charlotte James, co-fundadora do @​​theancestorproject, que conscientiza pessoas pretas e pardas sobre a medicina baseada em plantas. “Essa nova ‘indústria’ não vai poder ser uma ‘indústria’ como as conhecemos atualmente. Em vez disso, será uma rede de co-criação que atravessa diversos ambientes e comunidades”, ela conclui.

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Em que pé anda a pesquisa psicodélica na Alemanha?

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A Deutsche Welle, o conglomerado de mídia público do governo alemão, lançou no começo de outubro de 2021 uma grande reportagem relatando o status atual da ciência psicodélica no país.  

Além de descrever o momento inspirador pelo qual as pesquisas com alucinógenos estão passando no mundo inteiro, o artigo destaca as particularidades da Alemanha, especialmente uma pesquisa que está sendo conduzida no Zentralinstitut für Seelische Gesundheit (Instituto Central de Saúde Mental), na cidade de Mannheim. Por lá, pacientes diagnosticados com casos graves de depressão – resistentes aos tratamentos convencionais – estão recebendo doses de psilocibina (o princípio ativo dos cogumelos mágicos) dentro de um contexto de Psicoterapia Assistida por Psicodélicos (PAP). Um total de 144 voluntários já passaram pela experiência, e a lista de espera é imensa.

De acordo com o orientador do estudo, Gerhard Gründer, a parte mais difícil da iniciativa foi encontrar a substância por vias oficiais. De fato, são pouquíssimos os fornecedores de substâncias psicodélicas destinadas à pesquisa no mundo: ou seja, que foram produzidos seguindo rigorosos controles farmacêuticos de qualidade. Para além disso, a Alemanha também é notoriamente exigente em seus processos regulatórios. Ainda assim, graças ao alto número de participantes para uma pesquisa psicodélica, Gründer espera encontrar resultados estatisticamente significativos. 

A reportagem também dá destaque ao evento organizado pelos nossos parceiros da @mind_europe, a Insight Conference, que aconteceu em setembro. Uma iniciativa dessa magnitude, com quatro dias de atividades e centenas de participantes, mostra que o debate avançou dentro da maior economia da Europa. A Mind Foundation, por exemplo, tem o registro de 130 empresas que atuam no setor, “desde um retiro à base de psilocibina, A Whole New High, na Holanda; até a Wavepaths, especialista no som perfeito para acompanhar a trip nos fones de ouvido”, de acordo com a Deutsche Welle.

 

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Setembro amarelo e a urgência de novos tratamentos psiquiátricos

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(Aviso de gatilho: neste texto serão discutidos dados sobre suicídio.)

O mês de setembro já está quase chegando ao fim, mas ainda dá tempo de lembrar da importância da campanha organizada pela Associação Brasileira de Psiquiatria, o Setembro Amarelo, pela prevenção ao suicídio. O suicídio é uma das principais causa de morte no mundo, e vitimiza todos os anos 700 mil pessoas, de acordo com a Organização Mundial da Saúde. No Brasil, são quase 13 mil casos anualmente. 

Mas ele não afeta todas as pessoas da mesma forma. A OMS ressalta que, no mundo todo, três entre quatro pessoas que tiram a própria vida moram em países de renda baixa e média – ou seja, existe uma importante correlação com fatores sócio-econômicos, exposição à violência, instabilidade financeira, abuso de substâncias, entre outros. 

O problema se agrava principalmente nas pessoas mais vulneráveis da sociedade – resultantes de todas as intersecções possíveis. No Brasil, por exemplo, a taxa de suicídios é desproporcionalmente alta em comunidades indígenas: três vezes maior do que no resto da população. Outra minoria especialmente afetada são pessoas com deficiência. Um boletim do Ministério da Saúde mostrou que, entre 2011 e 2016, 25,5% das mulheres que tentaram suicídio, e 27,7% dos homens possuíam algum tipo de deficiência ou transtorno

Em todos os contextos, quase a totalidade das mortes (cerca de 98%) acontece em pessoas que sofrem de um ou mais transtornos mentais. Por isso, a discussão da prevenção ao suicídio passa invariavelmente pelos tratamentos psiquiátricos. Muitos dos remédios disponíveis atualmente são pouco eficientes para tratar pessoas com depressão grave, por exemplo. Nesse cenário, terapias psicodélicas seguras se tornam mais urgentes do que nunca. (O que não quer dizer, é claro, que os psicodélicos serão a cura mágica para esse imenso problema epidemiológico – diz apenas que não podemos nos dar ao luxo de dispensar um promissor caminho para novos tratamentos.)

Nos próximos meses, o Instituto Phaneros deverá lançar sua nova Formação em Pesquisa em Psicoterapia Assistida por Psicodélicos. Fique ligado nas nossas redes para não perder mais informações!